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Arruda convoca secretariado desfalcado e tenta desviar foco de discussões na Câmara do DF

Folha Online

Na tentativa de mostrar que tem fôlego para continuar no comando do Distrito Federal, o governador José Roberto Arruda (sem partido) convocou nesta segunda-feira a primeira reunião com seu secretariado após a denúncia de que estaria envolvido em um esquema de arrecadação e pagamento de propina a parlamentares aliados.

Desde que a investigação do chamado mensalão do DEM ganhou holofotes, Arruda perdeu 12 secretários e seis administradores regionais das cidades-satélites e do Plano Piloto.

O desfalque foi provocado com a saída de seis partidos da base aliada após as denúncias de desvios de recursos em contratos do GDF (Governo do Distrito Federal). Com a retomada das atividades, Arruda quer desviar o foco das discussões na Câmara Legislativa do Distrito Federal dos pedidos de impeachment apresentados contra ele e mostrar que o governo não vai parar com a crise.

Assim que a operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal, foi deflagrada, Arruda afastou dos cargos José Luiz Valente (secretário de Educação), José Geraldo Maciel (secretário-chefe da Casa Civil), Fábio Simão (chefe de gabinete) e Omézio Pontes (assessor de imprensa do governo do DF), que também são suspeitos de participação no suposto esquema de corrupção.

O governador também exonerou o secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa, que foi o delator do esquema.

Durante a operação, batizada de Caixa de Pandora, foram cumpridos 29 mandados de busca e apreensão em gabinetes de órgãos públicos, residências e empresas localizadas em Brasília (DF), Goiânia (GO) e Belo Horizonte (MG).

Participaram da operação 150 agentes, que apreenderam computadores, mídias, documentos, além de quantias em diversas moedas --R$ 700 mil, US$ 30 mil e 5.000 euros.

De acordo com o STJ (Superior Tribunal de Justiça), as investigações foram reforçadas pela delação de Durval Barbosa, que foi secretário de Joaquim Roriz (PSC) --antecessor de Arruda no governo do Distrito Federal.

Em troca de redução de pena em condenações sofridas no governo Roriz, Barbosa concordou em realizar escutas para provar o suposto pagamento de propina para deputados do DF.
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