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Tarso descarta agilizar inquérito contra Protógenes para delegado assumir cargo no governo

Folha Online

O ministro Tarso Genro (Justiça) disse nesta terça-feira que a Polícia Federal não pretende agilizar o inquérito que investiga o delegado Protógenes Queiroz por suspeita de vazamento de informações na Operação Satiagraha para que ele possa assumir um cargo no Ministério do Esporte. Tarso disse que o inquérito terá a tramitação normal prevista pela corregedoria da PF.

"Não há a menor possibilidade de se fazer isso porque os inquéritos têm um ritmo imposto pela corregedoria", disse o ministro.

Protógenes foi requisitado pelo ministro do Esporte, Orlando Silva, para assessorar a equipe do governo federal que será responsável pelas medidas de segurança para a Copa de 2014, no Brasil, e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.

Afastado de suas funções desde abril, Protógenes disse que aceitou o convite mas não soube confirmar quando assumirá o cargo, pois ainda precisa ser liberado pela PF. O delegado se filiou em setembro deste ano ao PC do B, mesmo partido de Orlando Silva, mas negou que o convite foi político, mas sim técnico.

Protógenes disse que integra a Comissão Permanente de Segurança em Estádios da Fifa. Ele também já coordenou duas operações na PF envolvendo futebol: a Máfia do Apito, que fraudou 11 jogos do Campeonato Brasileiro de 2005, e a Operação Perestroika, que devassou a parceria MSI/Corinthians por crimes de lavagem de dinheiro.

Por meio de sua assessoria, o Ministério do Esporte informou que Protógenes foi convidado porque é um servidor experiente e deve assumir um cargo assessor na futura Secretaria do Futebol, que ainda depende de aprovação do Congresso Nacional.

O salário será correspondente a de um DAS-4, R$ 6.843. Como já recebe como funcionário de carreira na PF e assumirá um cargo de confiança no ministério, Protógenes deverá receber o salário mais até 60% do DAS-4, desde que não exceda o total de R$ 9.800.

Como foi afastado de suas funções em abril, Protógenes disse que seu salário como delegado foi reduzido em cerca de 50%, perdendo as gratificações e vantagens que o cargo oferecia.

Protógenes ficou conhecido nacionalmente durante a Operação Satiagraha, que investiga supostos crimes financeiros atribuídos a Dantas. A operação prendeu no ano passado o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Todos foram soltos depois.

Apesar da projeção nacional, Protógenes foi afastado da investigação e acabou virando alvo de um inquérito da PF que investiga desvios durante a Satiagraha. Entre os problemas da investigação estaria a utilização irregular de agentes da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Também há suspeita de Protógenes ter espionado, ilegalmente, autoridades dos três Poderes.

Em março, a PF indiciou o delegado pelos crimes de violação da lei de interceptação e quebra de sigilo funcional durante a Satiagraha.
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