O relatório final da CPI da Corrupção na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul isentou as autoridades gaúchas de irregularidades no suposto esquema que teria desviado mais de R$ 40 milhões do Detran-RS. O documento foi protocolado nesta quarta-feira pelo deputado Coffy Rodrigues (PSDB), relator da comissão, e deverá ser votado na próxima segunda-feira (21).

No relatório, Rodrigues diz que, em relação ao suposto favorecimento da empresa Atento no pagamento de propina para realizar serviços de guincho e depósito de veículos no Detran-RS, ficou "cabalmente demonstrada" a ausência de elementos que indicassem envolvimentos de autoridades com as irregularidades.

"Isto foi confirmado expressamente nos depoimentos de dois ex-diretores da autarquia, Stela Maris Simon e Sérgio Buchmann, que claramente afirmaram que nunca se pensou em pagar R$ 16 milhões de reais à empresa, como foi anunciado pelos deputados da oposição", ressaltou o deputado em nota.

Rodrigues também admitiu dificuldade no funcionamento da comissão e reconheceu que "muito pouco" se avançou nos trabalhos. Segundo o deputado, a culpa pelas dificuldades foi o comportamento arrogante e autoritário da presidente da CPI, deputada Stela Farias (PT).

"Stela, em uma postura de arrogância e autoritarismo, tentou sucessivas vezes colocar seus interesses pessoais e político-eleitorais acima dos interesses da população e da Assembleia", afirmou Rodrigues.

Farias criticou as declarações de Rodrigues e disse que já podia esperar essa reação do deputado, que segundo ela se omitiu durante os quatro meses de trabalho da comissão.

"É uma declaração absurda, ridícula. Não poderia esperar outra coisa de uma pessoa que se omitiu durante quatro meses", disse a deputada, que pretende apresentar um relatório em separado na sessão de segunda-feira. "Estou com a consciência tranquila, porque sei que cumpri o meu trabalho", disse.

A reportagem não localizou Rodrigues para comentar o assunto. O deputado também não retornou o recado deixado em seu celular.