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Oposição pede indiciamento de Yeda em relatório paralelo da CPI da Corrupção

Folha Online

Em relatório paralelo apresentado nesta segunda-feira na CPI da Corrupção, a oposição na Assembleia Legislativa Rio Grande do Sul pede o indiciamento de 33 pessoas por improbidade administrativa e fraudes.

Entre os citados no pedido de indiciamento estão a governadora Yeda Crusius (PSDB), o deputado federal Eliseu Padilha (PMDB), o deputado estadual Alceu Moreira (PMDB), o secretário de Habitação, Marco Alba, o secretário de Irrigação, Rogério Porto, além de empreiteiros e servidores públicos.

Segundo a presidente da CPI da Corrupção, Stela Farias (PT), as fraudes constatadas pela comissão só foram possíveis porque tiveram a cobertura de agentes políticos. "O funcionamento de esquemas de corrupção organizados a partir de chefes políticos vem drenando recursos públicos e envolvem a estrutura suprapartidária que garante o apoio político-institucional ao governo Yeda", disse.

Sobre a dívida de R$ 16 milhões cobrada do Estado pela empresa Atento Service, a oposição concluiu que houve prática de ingerência política na autarquia para favorecer interesses privados. Em relação às licitações da barragens Jaguari e Taquaembó, concluiu que houve direcionamento dos certames e conhecimento prévio dos editais e projetos por empreiteiras.

Eles constataram também que houve fraude em licitações de obras de saneamento sob a responsabilidade da Secretaria da Habitação e da Corsan e pagamento de propina a agentes políticos. A oposição detectou ainda irregularidades em licitações de obras em estradas estaduais.

No episódio da aquisição de uma mansão pela governadora, a oposição concluiu que houve "quebra dos deveres de honestidade, legalidade e lealdade às instituições, além de indícios de enriquecimento ilícito".

A oposição denunciou também o relator da CPI, Coffy Rodrigues (PSDB), por obstrução às investigações.

"O relator atuou, deliberadamente, para obstruir as investigações, liderando os deputados da base aliada no movimento de boicote aos trabalhos da comissão de inquérito. O seu relatório é uma peça que concretiza o objetivo de acobertar os envolvidos nas fraudes, muitos deles já indiciados. Ao fazê-lo de forma proporcional, comete, em tese, crime de prevaricação, além de incorrer em desvio ético."

Rodrigues protocolou na semana passada o relatório final da comissão e isentou as autoridades gaúchas de irregularidades.

A reportagem não conseguiu contato com a assessoria da governadora nem com os demais citados no parecer paralelo da oposição.
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