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Hariri não participará de governo se Hezbollah vencer no Líbano

Reuters

Saad al-Hariri, líder da maioria anti-Síria no parlamento libanês, disse nesta sexta-feira que seu Movimento Futuro não se juntará a um governo de união se o grupo Hezbollah e seus aliados pró-Síria vencerem as próximas eleições.

Hariri disse que uma vitória da coalizão liderada pelo Hezbollah aumentaria a influência do Irã no país.

As eleições libanesas, em 7 de junho, devem ter uma corrida acirrada entre a aliança majoritária 14 de Março, formada por políticos cristãos, sunitas e druzos, e uma poderosa coalizão formada pelo Hezbollah, o grupo xiita Amal, e partidários do ex-general cristão Michel Aoun.

Hariri disse que seu Movimento Futuro poderia formar alianças com independentes como o ex-primeiro-ministro Najib Mikati, mas que lutaria por votos na maioria das regiões com uma lista unificada de integrantes do 14 de Março.

Perguntado se ele consideraria dividir o poder com o Hezbollah e seus aliados no próximo governo, caso seus opositores vençam a maioria dos assentos no Parlamento libanês, Hariri disse à Reuters: "Não, nós não participaríamos. Eu falo de mim. Eu e o Movimento Futuro não participaríamos do governo".

"Pelo contrário, eu preferiria promover a democracia e não o sectarismo. Hoje, o problema é que estamos promovendo o sectarismo às custas da democracia", acrescentou. "Oposição é excelente".

O Parlamento libanês, com 128 integrantes, é dividido seguindo um complexo sistema de divisão de poder sectário, e o resultado das eleições deste ano deve ser determinado por apenas alguns assentos.

Mas o Líbano tem vivido uma série de crises políticas desde as últimas eleições, em 2005, com as coligações que participaram deste pleito se desfazendo logo depois.

O resultado foi uma série de promessas de governos de união nacional que buscaram representar todos os partidos mas fracassaram por divisões internas que quase levaram o país a reviver a guerra civil, de 1975 a 1990.

"Este é um problema que a oposição (liderada pelo Hezbollah) tem... Eles falam de democracia, mas o que eles fazem é impulsionar o sectarismo", afirmou.

A aliança 14 de Março é apoiada pelos Estados Unidos e Arábia Saudita, enquanto o Hezbollah, um grupo armado, tem relações com Irã e Síria.

Perguntado se uma vitória do bloco do Hezbollah significaria maior influência iraniana no Líbano, Hariri disse: "Sim, claro".

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