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Número de mortes em deslizamentos sobe para 28 em Angra dos Reis (RJ)

Folha Online

Os deslizamentos de terra ocorridos na madrugada desta sexta-feira em Angra dos Reis (RJ) causaram ao menos 28 mortes, segundo balanço das equipes de resgate, que mantêm as buscas na região. Do total, 19 corpos foram encontrados na praia do Bananal, na Ilha Grande, onde uma pousada foi parcialmente atingida. As outras nove vítimas estavam em casas soterradas no morro da Carioca, no centro da cidade. Com isso, o total de mortes no Estado em consequência das chuvas chega a 50, desde a noite da última quarta (30).

O coronel Jadyr Sabbas, assessor-chefe do Corpo de Bombeiros, afirma que muitos dos hóspedes da pousada Sankay sobreviveram. O número, no entanto, não foi divulgado. A maioria dos mortos seria moradores de Ilha Grande, que residiam na praia do Bananal.

Informações preliminares apontam que em uma das casas soterradas em Ilha Grande estava um grupo de turistas de São Paulo. Na pousada, ao menos três pessoas ficaram soterradas --entre elas a filha do dono, a jovem Yumi Faraci--; outras conseguiram escapar.

Entre os mortos estão 12 turistas, de acordo com as primeiras informações. Seriam de São Paulo, do Rio e de Minas. Os corpos foram levados ao IML (Instituto Médico Legal) e ainda não foram oficialmente identificados.

Em nota divulgada na tarde desta sexta, o governo do Estado afirma que o momento é triste e doloroso. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva determinou que o Ministério da Integração Nacional fique à disposição do governo do Rio para auxiliar no resgate às vítimas da chuva.

Mortes

A Defesa Civil afirmou que o número de vítimas pode aumentar em Angra dos Reis. Na pousada Sankay, a Defesa Civil municipal estima que 40 pessoas estivessem hospedadas no momento do acidente. O número de pessoas que conseguiu escapar ou foi resgatada com vida ainda não foi informado.

A prefeitura estima que 80 casas tenham sido interditadas na cidade, e os moradores retirados por questões de segurança. Ainda não há, no entanto, um balanço de desabrigados ou desalojados.

O Comando da Marinha no Rio interditou uma área de 10 mil m2 no mar, em frente à praia do Bananal. Segundo o comandante Rodolpho Arpon Marandino, a interdição é necessária para facilitar o trânsito das embarcações que trabalham no resgate das vítimas do soterramento e no transporte de materiais e doações e para orientar e afastar curiosos.

Mais de 80 bombeiros trabalham no resgate, com o apoio de 20 homens das polícias Militar e Civil, além da Marinha. Ainda não há informações sobre quantas pessoas continuam soterradas, mas, segundo a Defesa Civil, as chances de resgatá-las com vida são muito pequenas.

Como as casas e a pousada estão debaixo de toneladas de lama, o resgate é mais difícil, porque não é possível utilizar equipamentos pesados para não correr o risco de o terreno ceder. Por isso, os bombeiros fazem um trabalho manual com pás e picaretas.

Vítimas

O total de mortes em decorrência das chuvas no Rio chegou a 50 hoje, somando-se as vítimas em Angra a morte de uma menina que estava internada após ser ferida de um deslizamento na comunidade Fazenda da Bica, em Quintino, zona norte do Rio, e dos pais da criança também morreram na ocasião.

Segundo o Corpo de Bombeiros, na região de Jacarepaguá, na zona oeste do Rio, um deslizamento de terra atingiu uma residência e provocou a morte de cinco pessoas da mesma família. Uma delas tinha sido socorrida com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu, informou a corporação.

Já no bairro de Vaz Lobo, outras três pessoas morreram e uma ficou ferida, mas os bombeiros não souberam informar o sexo e a idade das vítimas e haviam informado anteriormente que seriam quatro mortos.

Já na Baixada Fluminense, em Belford Roxo, duas pessoas morreram em um desabamento. No início da tarde de hoje, foi confirmada ainda mais duas mortes em São João de Meriti, mas a Defesa Civil não informou detalhes sobre as vítimas.

Outra morte foi registrada na rua Prainha, em Duque de Caxias (RJ), onde outro deslizamento atingiu uma residência e provocou a morte de um menino de cinco anos. O deslizamento aconteceu por volta das 2h14 e não deixou outros feridos, segundo informações do Corpo de Bombeiros.

Já em Magé, foram registradas quatro mortes causadas pelas chuvas e mais 39 pessoas feridas até esta sexta-feira. Em Niterói, os temporais dos últimos dias também provocaram duas mortes e deixaram três feridos.

Estado de emergência

Ontem (31), a Prefeitura de Angra já havia decretado estado de emergência. Nesta sexta, o prefeito do município, Tuca Jordão (PMDB), vistoria as áreas atingidas pelas chuvas para decidir se decreta estado de calamidade pública.

A prefeitura de Angra informou ainda, que por causa das chuvas, o centro da cidade ficou sem luz por volta das 2h, mas o fornecimento de energia foi restabelecido por volta das 9h30. Já parte de Ilha Grande permanece sem energia devido aos deslizamentos.

Segundo a prefeitura, a luz foi cortada a pedido da Defesa Civil e dos bombeiros para não gerar problemas nas buscas por vítimas na pousada soterrada na praia de Bananal.
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