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Afeganistão ajudará os EUA a fazer uma reflexão sobre a luta antiterrorista
AFP
O Afeganistão contribuirá na revisão realizada pelos Estados Unidos da "guerra contra o terrorismo", o o presidente afegão, Hamid Karzai, e o enviado especial americano, Richard Holbrooke.
Cabul enviará uma delegação a Washington liderada pelo ministro das Relações Exteriores, Dadfar Spanta, para participar nos trabalhos.
O presidente americano, Barack Obama, ordenou a revisão da estratégia antiterrorista no Afeganistão diante do aumento do extremismo na região, sete anos depois de Washington ter iniciado a "guerra contra o terrorismo", invadindo o país asiático para derrubar os talibãs do poder.
Karzai disse ter pedido a Obama que Cabul tenha um papel na reorientação política e que Holbrooke se comprometeu a aceitar o desejo.
"Estou muito agradecido porque o presidente Obama aceitou minha proposta de que o Afeganistão participe na revisão estratégica da guerra contra o terrorismo", disse o presidente afegão.
Holbrooke, enviado especial dos Estados Unidos para o Afeganistão e o Paquistão, chegou na quinta-feira a Cabul para reuniões com autoridades políticas, comandantes militares e diplomatas antes do encontro com Karzai.
Ele declarou que a visita pretendía "reafirmar o compromisso dos Estados Unidos nos esforços contra os talibãs e a Al-Qaeda no Afeganistão".
No sábado, Holbrooke também se reuniu com Karzai, que admitiu , então, algumas tensões com a nova administração presidida por Barack Obama, mais crítico que seu predecessor George W. Bush, o que levanda dúvidas sobre se apoirá o presidente afegão que, em agosto, se apresentará à reeleição.
Karzai já havia comentado na semana passada que Obama não o contatava desde sua posse e, na quinta-feira, chegou a falar de uma crise entre Washington e Cabul.
Holbrooke, por sua vez, fez questão de dizer que enviava uma mensagem pessoal de Obama "de apoio ao povo afegão e ao governo democraticamente eleito no Afeganistão".
O presidente afegão não especificou o conteúdo de suas reuniões com Holbrooke, mas as classificou de "frutíferas, detalhadas e realizadas de forma sincera, amistosa e franca".
Também saudou a decisão das forças americans de tomar "medidas específicas" para reduzir as mortes de civis, associando os afegãos à preparação e implementação de operações militares.
Os americanos estão determinados a revisar sua estratégia na região, muito exposta ao extremismo islamita.
Nos próximos dias Obama tomará uma decisão sobre o número de soldados americanos que enviará em reforço e a data de sua chegada.
Holbrooke, que tem fama de negociador difícil, chegou na quinta-feira ao Afeganistão para supervisionar os esforços da coalizão internaiconal contra a insurgência islamita.
Depois da etapa afegã, precedida por uma visita ao Paquistão, Holbrooke viajará a Índia.