Depois de muita indecisão quanto ao futuro dos jogadores da seleção de Togo em Angola, sede da Copa Africana de Nações de 2010, a decisão foi finalmente tomada neste domingo, com o abandono do time de Adebayor e companhia da competição continental. O avião presidencial será enviado para buscar os atletas.

"Nós queríamos jogar pela honra dos que morreram. O Governo não se opõe à nossa vontade, mas diz que a segurança não é garantida em Cabinda. Francamente, a segurança não foi reforçada. Desde que chegamos à Vila Olímpica, a segurança não melhorou", comentou Thomas Dossevi, que joga pelo Nantes, ao site da France Football.

Na manhã deste domingo, o primeiro-ministro de Togo, Gilbert Fossoun Houngbo, havia exigido o retorno de seus atletas para o país-natal, declarando que era um ato de total irresponsabilidade continuar na região de Cabinda, local do atentado ocorrido na última sexta-feira, quando três membros da delegação togolesa acabaram morrendo após terem o ônibus metralhado por um grupo separatista.

"O que eu queria é que sempre tivéssemos um carro de polícia não muito longe do nosso grupo. Mas este não é o caso. Angola e a Confederação de Futebol Africano disseram que iam tomar todas as medidas para nos proteger, mas isto não é muito visível", acrescentou Dossevi.

A decisão dos jogadores de Togo foi tomada também após as recentes declarações de Rodrigues Mingas, líder da Frente para Liberação do Enclave de Cabinda, responsável pelo ataque, afirmando que novos atentados continuarão na região.

"Eu tenho medo que algo maior aconteça. Este novo estádio de Cabinda é situado ao lado de uma imensa floresta. Fomos atacados com metralhadoras, mas também por um foguete. A explosão do foguete atingiu as janelas do ônibus. Acho que nós subestimamos o poder de fogo desse grupo, que pode ter armas de longa distância escondidas na floresta, a alguns quilômetros, e mirar diretamente no estádio. É assustador", completou Dossevi.