A proximidade das eleições deve levar centenas de ex-servidores públicos a Brasília para convencer deputados e senadores a aprovarem o Projeto de Lei 5.03/09. A proposta tem por objetivo reabrir processo que concede anistia aos funcionários públicos que perderam os empregos com a reforma administrativa que foi promovida pelo ex-presidente Fernando Collor de Mello.

No início da sua gestão, Collor extinguiu empresas, absorveu órgãos e demitiu grande parte do quadro funcional de grandes instituições que permaneceram em funcionamento.

Natural de Corumbá (MT), Olga Guilhen, que trabalhava na extinta Companhia Brasileira de Alimentos (Cobal), é uma entre os 108 mil servidores que perderam o emprego.
Segundo ela, o projeto de lei, de autoria do senador Edison lobão Filho (PMDB-MA), reabre prazo para que os funcionários públicos demitidos possam fazer novo pedido de reingresso na carreira pública. Ela reclama que o prazo dado na época das demissões foi muito pequeno. “O acesso à informação era restrito aos órgãos públicos, não existia internet e muita gente perdeu a oportunidade de pedir anistia”, explica.

Ex-servidor da Eletrobrás, Carlos Guerreiro perdeu o posto e acabou entrando na iniciativa privada. Ele criou uma empresa de informática e mantém uma campanha de esclarecimento na Internet sobre a anistia. “Em 2010 vamos retomar a mobilização aqui em Brasília e exigir dos parlamentares a aprovação da proposta”, comenta.

Segundo Guerreiro, 20 mil servidores já devem ter falecido, 7 mil conseguiram retornar aos empregos por meio de liminares na Justiça e outros 30 mil ainda estão aptos a retornar aos seus postos. “A nossa luta é para que o governo federal anistie os servidores públicos em substituição aos quase 30 mil servidores terceirizados que trabalham na administração pública”, conclui.

Quem quiser informações sobre a campanha pode acessar um grupo de discussão na Internet. O endereço é guerreirosprazos@yahoogrupos.com.br.