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Notícias / Ciência & Saúde

Sismólogo: não há relação entre tremor no RN e caso do Haiti

Terra

O vice-coordenador do Laboratório de Sismologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Aderson Farias do Nascimento, descartou que o terremoto ocorrido nesta terça-feira no Haiti esteja relacionado aos abalos sísmicos, no nível de 4,3 graus na Escala Richter, registrado na segunda-feira no município de João Câmara (a 70 quilômetros de Natal) e sentido também nos Estados do Ceará, Pernambuco e Paraíba. "No Haiti o que ocorre é o encontro de placas tecnônicas. Aqui (no RN) é o interior de uma placa tectônica que provoca o tremor", explicou o professor.

Hoje, os sismólogos da UFRN estão instalado dois equipamentos que identificarão o epicentro dos tremores, ocorridos no último sábado e na segunda-feira. Os professores trabalham com a hipótese de que os tremores foram provocados pelos abalos simultâneos nas falhas geológicas localizadas na comunidade de Samambaia, município de João Câmara, e na cidade de Poço Branco. "Com esses equipamentos (sismógrafos) poderemos identificar o epicentro e detalhar mais os estudos sobre os tremores", disse Aderson Farias.

Terremoto
Um terremoto de magnitude 7 na escala Richter atingiu o Haiti nessa terça-feira, às 16h53 no horário local (19h53 em Brasília). Com epicentro a 15 km da capital, Porto Príncipe, segundo o Serviço Geológico Norte-Americano, o terremoto é considerado pelo órgão o mais forte a atingir o país nos últimos 200 anos.

Dezenas de prédios da capital caíram e deixaram moradores sob escombros. Importantes edificações foram atingidas, como prédios das Nações Unidas e do governo do país. No entanto, devido à precariedade dos serviços básicos do país, ainda não há estimativas sobre o número de vítimas fatais nem de feridos. O Haiti é o país mais pobre do continente americano.

Morte de brasileiros
A fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, Organismo de Ação Social da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Zilda Arns, e militares brasileiros da missão de paz da ONU morreram durante o terremoto no Haiti.

O ministério das Relações Exteriores do Brasil anunciou que o país enviará até US$ 15 milhões para ajudar a reconstruir o Haiti após o terremoto que devastou o país nesta terça-feira. Além dos recursos financeiros, o Brasil doará 28 t de alimentos e água para a população do país. A Força Aérea Brasileira (FAB) disponibilizou oito aeronaves de transporte para ajudar as vítimas.

O Brasil no Haiti
O Brasil chefia a missão de paz da ONU no país (Missão das Nações Unidas para a Estabilização no Haiti, ou Minustah, na sigla em francês), que conta com cerca de 7 mil integrantes. Segundo o Ministério da Defesa, 1.266 militares brasileiros servem na força. Ao todo, são 1.310 brasileiros no Haiti.

A missão de paz foi criada em 2004, depois que o então presidente Jean-Bertrand Aristide foi deposto durante uma rebelião. Além do prédio da ONU, o prédio da Embaixada Brasileira em Porto Príncipe também ficou danificado, mas segundo o governo, não há vítimas entre os funcionários brasileiros.
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