Na história da Fórmula 1, provavelmente não há um piloto que mais mereceu um título mundial, mas sempre ficou sem ele. Quatro vezes vice-campeão da categoria, Stirling Moss é mais um nome respeitável a dar sua opinião sobre Michael Schumacher - segundo o inglês, um piloto "mal aconselhado" que retornará às pistas e não conseguirá alcançar o ritmo de concorrentes mais jovens como Fernando Alonso e Sebastian Vettel.

Com ou sem a sonhada taça, Moss ostenta um status de "Sir" na Inglaterra e de lenda do automobilismo do país, onde neste sábado foi convidado para participar de um evento da conceituada revista londrina Autosport. E tratou de dar um parecer negativo sobre Schumacher, embora ressalte a "coragem" do astro por encerrar aposentadoria de três temporadas aos 41 anos de idade.

"Acho que ele é muito corajoso por voltar, é uma coisa boa para o esporte, porém não acho que ele tenha sido muito bem aconselhado", avaliou o britânico. Participante dos sete títulos mundiais do alemão, Ross Brawn especulou pela primeira vez a possibilidade de contratar o antigo pupilo durante o Grande Prêmio de Abu Dhabi - foi convencê-lo realmente a aceitar o convite só próximo ao Natal.

Desse modo, Moss tira Schumacher da disputa pelo título, apesar de considerar a Mercedes GP "o melhor time" da Fórmula 1. "Isso não significa que ele vai ganhar. Eu apostaria em Vettel ou Alonso", disse, em referência aos pilotos de Red Bull e Ferrari.

O britânico que encerrou sua carreira de 16 vitórias na categoria apenas aos 32 anos, devido a um grave acidente em Goodwood em 1962, ainda aproveitou para apontar o que acredita ser um ponto negativo da carreira do germânico. "Ele nunca teve um parceiro realmente rápido. Ele teve Rubens (Barrichello), que é um homem incrível e um piloto bem veloz, mas ninguém o considera um dos mais rápidos", ressaltou.

Além de Barrichello, Schumacher bateu na Ferrari também o brasileiro Felipe Massa e o irlandês Eddie Irvine. Na Benetton, superou ainda a concorrência do finlandês J.J. Lehto, do holandês Jos Verstappen, do italiano Riccardo Patrese e do britânico Martin Brundle. Em 2010, na Mercedes, o alemão Nico Rosberg, nesse contexto, tentará ser o primeiro parceiro a superar o heptacampeão da Fórmula 1 considerando-se o somatório de uma temporada inteira.