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PSDB diz que vai processar direção do PT por chamar Sérgio Guerra de jagunço

Folha Online

A Executiva Nacional do PSDB afirmou nesta quinta-feira que irá processar, por calúnia e difamação, o atual presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), e o presidente eleito do partido, José Eduardo Dutra.

Em nota divulgada hoje, os petistas chamaram o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), de "jagunço da política". A declaração foi em resposta à nota do PSDB com duras críticas à ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) --pré-candidata do PT à Presidência da República.

O secretário-geral do PSDB, deputado Rodrigo de Castro (MG), disse em nota que a acusação contra Sérgio Guerra revela preconceito contra os nordestinos. "Ao promover o preconceito entre brasileiros, [os petistas] mostram que desconhecem o que é fazer política com independência, integridade e ter ética por convicção", afirmou o deputado.

Segundo Rodrigo Castro, "defender a verdade, as ideias e os fatos de forma democrática, além de condenar o terrorismo político, é o que tem feito o presidente do PSDB. E o melhor, dentro da lei, do respeito ao dinheiro público e com o objetivo de esclarecer o povo brasileiro contra novas mentiras com objetivos meramente eleitoreiros".

Procurado pela reportagem, o PT ainda não se manifestou sobre a iniciativa do PSDB de processar Berzoini e Dutra.

Guerra das notas

Na nota divulgada hoje, os petistas afirmam que Guerra agiu de forma "desqualificada, vil, caluniosa e grosseira" em relação à Dilma. "Isso merece repúdio de todos. A nota revela o desespero por que passa a oposição brasileira, incapaz de produzir um programa de governo que sensibilize os corações e as mentes dos brasileiros", afirmam.

Os petistas dizem que a dura reação de Guerra mostra o "desequilíbrio" dos tucanos em ano eleitoral. "Recentemente, em entrevista à revista 'Veja', ele [Guerra] descuidou-se e revelou as verdadeiras intenções de seu partido em acabar com o PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], o que deve ter lhe rendido severas reprimendas de seus pares", dizem Berzoini e Dutra.

Ontem, Guerra disse em nota que o PT é "doutor em terrorismo eleitoral". O tucano afirmou que o PAC, uma das principais plataformas de campanha da ministra Dilma, tem obras que "não passam de pedras fundamentais para servir de palanque eleitoral".

Na nota, o presidente do PSDB diz ainda que o PT "não respeita a lei eleitoral" e faz campanha com dinheiro público. Mais tarde, ao divulgar uma segunda nota, o senador endureceu o discurso e fez novos ataques à ministra.

Guerra disse que Dilma mentiu sobre seu currículo, sobre o PAC e sobre sua função. Segundo o tucano, a ministra "aposta na desinformação do povo e abusa da boa-fé do cidadão" e "apropria-se do que não é seu e vangloria-se do que não faz".

"Além de mentir, Dilma Rousseff omite. Esconde que, em 32 meses, apenas 10% das obras listadas no PAC foram concluídas --a maioria tocada por Estados e municípios. Cerca de 62% dessa lista fantasiosa do PAC --7.715 projetos-- ainda não saíram do papel", disse o senador.

Mais cedo, Berzoini havia afirmado, também por meio de nota, que o PSDB demonstra que está "descontrolado para a legítima disputa de projetos" que ocorrerá em 2010, ano eleitoral, e que o partido perde a oportunidade de ficar calado.

O embate entre petistas e tucanos teve início depois que Guerra disse, em entrevista à revista "Veja", que se os tucanos ganharem as eleições, acabarão com o PAC. Na terça-feira, Dilma rebateu a declaração de Guerra.

Ela afirmou que os tucanos sempre quiseram acabar com os programas do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Em 2006, foi a época que eles queriam acabar com o Bolsa Família. Agora o objetivo é acabar com obras como essa, que hoje estamos inaugurando, e isso nós não vamos deixar."
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