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Notícias / Agronegócios

Certificadoras fazem notificação ao Mapa

Da Redação/DP

O grupo Única de certificadoras do Sistema de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) protocolou em Brasília, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) um documento em que critica o novo sistema proposto pelo órgão federal de pecuária.

O grupo alega que modificar as regras trata-se de desrespeito com o pecuarista que investiu na propriedade e aperfeiçoou a mão de obra para atender as exigências do mercado externo. A preocupação é de que constantes mudanças gerem a desistência e desmotivação à adesão ao Sisbov. Sem a exportação de parte da carne bovina, pode haver muita oferta no mercado interno.

Segundo a nova regra propõe-se a certificação dos animais em lotes, o que segundo o grupo vai contra os pressupostos da União Européia, que prevê a identificação individual do animal. “A certificação em lote permite uma promiscuidade entre animais certificados e não”, acredita o grupo.

O diretor e responsável técnico da Certificadora Pantanal, de Rondonópolis, Márcio Moraes, acrescentou que a IN 17 a ser implantada esse ano, não tem embasamento técnico e é inauditável, sendo que a auditoria é uma das exigências para a União Européia importar a carne brasileira.

“O atual sistema de rastreabilidade já recebeu elogios da UE e o produtor não entende porque haverá nova modificação. A Europa quer ter segurança em comprar uma carne com procedência, onde possam identificar a origem desse animal. Para isso, cobram a identificação individual, enquanto a nova regra pretende que a UE aceite a identificação coletiva”, ressaltou Moraes.

O receio da cadeia produtiva envolve também as certificadoras, afinal, o Governo Federal autorizou que empresas privadas fossem credenciadas ao Mapa e que tivessem o poder de organizar as propriedades rurais de modo a atender as exigências internacionais.

Os investimentos feitos pelos produtores de bovinos e bubalinos e também na instituição de certificadoras, pode ter sido em vão caso não haja consenso sobre a aprovação e vigência da nova Instrução Normativa. A cadeia pretende debater a crise que pode ser gerada no setor da carne.

As informações são da jornalista Naíla Albuquerque.
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