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Notícias / Ciência & Saúde

SUS em MT deve ser habilitado a atender autistas de forma integral

Da Redação - Jardel Arruda

Um projeto de lei que habilita o Sistema Único de Saúde de Mato Grosso (SUS), a prestar atenção integral ao diagnóstico precoce e ao tratamento dos sintomas da Síndrome do Autismo está sob análise da Comissão de Constituição Justiça e Redação do Poder Legislativo. Na matéria, que deve ser apreciada em segunda votação este ano, o autor, deputado Nilson Santos (PMDB), destaca que mesmo no setor privado são raros os centros capacitados para lidar com os autistas.

De acordo com informações da Assembleia Legislativa, entre as diretrizes expostas na proposta estão o envolvimento e a participação da família do portador da síndrome e da sociedade civil. O autista terá direito à medicação e a equipes multi e interdisciplinares para tratamento médico nas áreas de pediatria, neurologia, psiquiatria e odontologia. Eles terão direito ainda a assistência psicológica, fonoaudiológica e pedagógica; a terapia ocupacional, a fisioterapia e a orientação familiar e, também, ensino profissionalizante e de inclusão social.

De acordo com o autor da proposta, o poder público poderá firmar convênios com entidades e clínicas afins, visando o repasse de recursos para custeio ou remuneração de serviços.

“Os maiores problemas enfrentados pelos pais e mesmo pelas entidades voltadas ao tratamento são os elevados custos. Isso se dá quando é necessária uma gama muito alta de profissionais e também há falta de recursos financeiros para a compra de medicamentos”, explicou o parlamentar.

No projeto, as ações programáticas relativas à Síndrome do Autismo, assim como às questões a ela ligadas, serão definidas em normas técnicas e elaboradas pelo Executivo. Já as direções do SUS, estadual e municipais, garantirão o fornecimento universal e gratuito dos medicamentos, além do tratamento sob todos os aspectos, com a disponibilização de profissionais das diversas áreas.

Os sinais e os sintomas característicos aparecem antes dos três anos de idade e, de cada 10 mil crianças, entre 4 e 20 apresentam a síndrome. Ainda não há dados estatísticos precisos sobre predomínio em indivíduos do sexo masculino e feminino.
Entre 75% a 80% das crianças autistas apresentam algum grau de retardo mental, que pode estar relacionado a diversos fatores biológicos. O autismo não tem cura, entretanto o portador da síndrome pode ser tratado e desenvolver suas habilidades de uma forma mais intensiva do que outra pessoa que não apresente o mesmo quadro e, então, assemelhar-se muito a essa pessoa em alguns aspectos de seu comportamento.

A Síndrome do Autismo, ou simplesmente autismo, foi conceituada pela primeira vez em 1942 pelo médico austríaco Leo Kanner, especialista em psiquiatria pediátrica radicado nos Estados Unidos, como sendo uma patologia da linha das psicoses.
Hoje, a síndrome é definida como um conjunto de sintomas de base orgânica, com implicações neurológicas e genéticas. O termo “autismo” refere-se ao significado “ausente” ou “perdido”. Segundo a American Society for Autism (ASA), é uma inadequacidade no desenvolvimento e se manifesta de maneira grave e incapacitante por toda a vida, caracterizando-se pelo funcionamento anormal em três áreas: de interação social, de comunicação, e de comportamento restrito e repetitivo.
 
As informações são da AL.
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