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Em convenção, PMDB deve aclamar chapa de Temer à presidência do partido

Folha Online

Batizada de "unidade", a chapa do deputado Michel Temer (PMDB-SP) na disputa pela presidência do PMDB caminha para ser aclamada na convenção nacional do partido antecipada para o dia 6 de fevereiro. Apesar de o partido ter fixado a próxima quinta-feira como data-limite para o registro de chapas que pretendem disputar o comando da legenda, a cúpula peemedebista não acredita em divergência para a recondução de Temer ao cargo.

Como a reunião da convenção não vai discutir a possível aliança do PT com o PMDB nas eleições presidenciais deste ano --tema que divide o partido--, até os peemedebistas do grupo favorável à candidatura própria de legenda ao Palácio do Planalto manifestaram apoio ao nome de Temer.

"O Temer é um presidente forte, segurou o partido nos últimos 15 anos. Ninguém questiona o Temer. Nós [PMDB] crescemos graças a ele", disse o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), que defende a candidatura própria do PMDB à Presidência da República este ano.

A ordem no comando do PMDB é fortalecer o nome de Temer, por isso a Executiva decidiu manter a antecipação da convenção nacional para o dia 6 de fevereiro. Antes da mudança, a escolha do novo comando do partido ocorreria no dia 10 de março.

Alguns peemedebistas ameaçaram questionar a mudança na Justiça, como o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira, e o ex-governador de São Paulo Orestes Quércia. Temer e o seu grupo, porém, afirmam que eventuais ações judiciais não terão força para derrubar a convenção.

"Não há condições de parar na Justiça. O PT fez a sua convenção nacional para escolher a Executiva há um mês e a posse do novo presidente será só em fevereiro. Só a partir do dia 8 de março há vacância no diretório nacional", disse Temer ao mencionar o dia em que termina o seu atual mandato na presidência do PMDB.

O argumento do peemedebista para barrar ações judiciais será a data da vacância: mesmo com a antecipação da convenção, o novo presidente seria empossado no cargo somente em março --o que derrubaria a tese de "golpe", como chegou a ser dito pelo governador catarinense.

O nome de Temer para disputar a reeleição à presidência do PMDB foi aprovado por unanimidade pela Executiva Nacional do partido reunida hoje em Brasília. O restante da chapa será montada depois de conversas dentro da legenda, mas a expectativa é que um senador seja escolhido para a vice-presidência do PMDB. O mais cotado, até agora, é o senador Romero Jucá (PMDB-RR).

"O grande efeito foi que tivemos a união do Senado e da Câmara. Hoje não é mais uma disputa entre esses grupos. É muito provável [que um senador seja vice]. Vamos conversar sobre os cargos", disse Temer.

Aliança

Apesar da antecipação da convenção do PMDB ter o objetivo de fortalecer o nome de Temer para que seja indicado para disputar a vice-presidência da República na chapa da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), o peemedebista desconversou quando questionado sobre as eleições deste ano.

"Eu sou candidato a deputado federal. Você tem muitos nomes para a vice-presidência no PMDB, não é o momento de se discutir isso. Eu posso listar pelo menos 15 nomes. O vice deve unir o partido, ter capacidade de conciliar as várias tendências do PMDB. Não sou eu quem devo dizer, os companheiros de partido é que devem definir o melhor nome", afirmou Temer.

Como as eleições dividem as diversas correntes do PMDB, o partido decidiu não discutir o assunto na convenção do dia 6 de fevereiro. Até junho, quando será realizada a convenção nacional para decidir o futuro do PMDB nas eleições de outro, Temer pretende fazer costuras políticas para levar o partido a se coligar nacionalmente com o PT.

Em apoio a Temer, a Executiva Nacional incluiu na ata da reunião uma nota de apoio ao peemedebista --depois de que petistas teriam criticado o seu nome para compor a chapa de Dilma. O deputado, porém, minimizou divergências com os petistas. "Eu vejo uma campanha feita pelos jornais, mas não vejo isso com maior preocupação."
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