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Investi 30 anos naquele barbudo, diz Marina Silva sobre Lula

Terra

A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PV), afirmou, nesta quinta-feira, na Federação das Associações Comerciais e de Serviços do Rio Grande do Sul (Federasul), em Porto Alegre (RS), onde palestrou para empresários, que fazer uma eleição plebiscitária - focada em comparações de governos passados, esquecendo o presente e o futuro - seria reduzir a política. Ela afirmou que respeita e é amiga do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e disse que "dedicou 30 anos de sua vida ao barbudo" do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que jamais seria hostil ao governo do petista.

"Eu sou amiga do ex-presidente Fernando Henrique e sou amiga e irmã do Lula. Tenho 30 anos da minha vida investidos naquele barbudo e não vai ser agora que eu vou ter uma posição hostil em relação ao seu governo", afirmou ela, rindo e arrancando gargalhadas da plateia.

Marina afirmou que, quanto mais uma pessoa gosta e ama a outra, mais é capaz de dizer a verdade. "Às vezes, é necessário que o filho saia de casa para que continue unido na mesma vizinhança, no mesmo bairro e na mesma rua", disse a senadora que deixou o PT e se filiou ao PV no final de agosto de 2009.

Marina afirmou que nunca fez uma oposição irresponsável ao governo do presidente Lula e não tem problemas em dizer que a agenda social do petista foi uma conquista para a inclusão social e para o País.

"Eu discordo de quem diz que o (programa) Bolsa Família é um programa puramente assistencialista. É um programa de transferência direta de renda, que faz a diferença. Quando esses recursos são internalizados no mercado local, geram um processo de inclusão - que vai desde o beneficiário direto, ao comércio local e ao agricultor familiar. O grande desafio é como sair do Bolsa Família para um processo de inclusão produtiva, que é um passo à frente, não é um passo atrás", disse a ex-ministra.

Dilma
Questionada sobre como conviveria com a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, pré-candidata do PT à presidência da República, Marina afirmou que não há uma ansiedade em ficar elencando as diferenças que tem em relação à ministra Dilma, mas que elas serão explicitadas nos debates, nas propostas, nas posturas, nas atitudes e na trajetória. "Acho que uma diferença importante é a de que não vamos fazer um debate medindo os dois passados. Isso já é uma diferença", disse.

Marina afirmou que, às vezes, as duas tinham embates políticos, quando Marina também era ministra do governo Lula, mas que não se colocava como vítima.

"Ela defendia as ideias dela e eu defendia as minhas. No momento em que não me senti sustentada pelo presidente para dar continuidade às políticas que eu acreditava, pedi para sair. Não chegaria a dizer que ela era uma 'judas', porque o Judas (apóstolo que teria traído Jesus) agia nos bastidores e a ministra Dilma tratava comigo frente a frente. Se eu sentisse que ela era judas, teria saído antes do governo", afirmou Marina respondendo a um questionamento da plateia.

A Casa Civil informou que não comentaria o assunto por não fazer parte das atividades institucionais, mas que a ministra Dilma não trata esse assunto como questão pessoal.
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