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Notícias / Educação

Vagas da UFMT foram leiloadas para o país, denuncia coordenador

Da Redação - Sabrina Gahyva

A forma como foram realizadas as provas do Enem e a adoção do exame como processo seletivo pela UFMT ainda gera polêmica também entre os profissionais da educação na capital. “As vagas da UFMT foram colocadas em um leilão para estudantes de todo o Brasil. Eles poderão concorrer a uma vaga sem sair de casa. Em contrapartida, a regra não vale para os alunos mato-grossenses”, disparou o professor e coordenador de um cursinho preparatório de vestibular de Cuiabá, Paulo Roberto Andrade.

“Os estudantes ficaram chateados, revoltados com as mudanças em cima da hora. Eles foram colocados em desigualdade na questão da logística das provas”, reclama o coordenador, lembrando que a UFMT é a única Federal de grande porte que adotou o Enem como fase única para o preenchimento de 100% de suas vagas.

“Fomos pegos de surpresa. Foi uma imposição da reitora (Maria Lúcia Cavalli Neder, da UFMT) que tivemos de acatar e nos adaptar”, afirma. Andrade questiona ainda a justificativa de que o intuito do Enem é incluir alunos de escola pública no ensino superior gratuito.

“Agora tudo tem que ser feito pela internet. E quem não tem acesso à rede, como fica? É preciso um bom suporte para se manter informado, já que cada dia há uma novidade. Mas pergunto: e quem tem acesso a internet rápida o dia todo? Acho que essa não é a realidade dos estudantes de escola pública no Brasil”, completa.

As preocupações sobre o Enem devem se estender neste ano letivo. Isso porque, segundo o coordenador, até agora o Ministério de Educação (MEC) não divulgou o cronograma e as regras do exame de 2010. “Há bochichos de que neste ano o exame ocorrerá em duas etapas, uma em abril e outra em outubro. Mas o MEC ainda não se posicionou oficialmente. O pior é que as escolas já fecharam ou estão fechando seus calendários! Com isso, é provável que ocorra este ano o mesmo atropelo do ano passado”.

Para o imbróglio em que se transformou o Exame Nacional, Andrade tem a solução. “O ideal é que no dia 5, quando sai a posição dos aprovados, ocorra um debate pedagógico entre UFMT, escolas, sindicato e estudantes. Só assim poderemos avaliar os resultados do Enem e redefinir estratégias”, aconselha.

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