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Oposição pede que PF investigue suposto suborno a deputados Aliados de Arruda

Folha Online

A líder do PT na Câmara Legislativa do Distrito Federal, Erika Kokay, afirmou nesta quinta-feira que vai requisitar à Polícia Federal que investigue a denúncia de que o governador José Roberto Arruda (sem partido) estaria oferecendo R$ 4 milhões aos deputados da base aliada para arquivarem os pedidos de impeachment contra ele.

A deputada ligou para o delegado da Polícia Federal Alfredo Junqueira --responsável pela investigação do suposto esquema de pagamento de propina-- solicitando que a informação, divulgada por um blog, também faça parte da apuração. Junqueira teria prometido avaliar o pedido.

A denúncia foi levantada ontem pelo presidente em exercício da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT). Na sessão de hoje da CPI da Corrupção, ele foi alvo de críticas e de um ato de repúdio assinado por 10 governistas. Os aliados do governa leram reportagens publicadas por jornais da cidade contra o petista e o acusaram de ter adiado a eleição do novo presidente da Casa para o dia 2 de fevereiro agindo em causa própria.

Em nota à imprensa, advogados do governador e a Procuradoria do Distrito Federal afirmam que a denúncia é caluniosa e que será aberta uma ação civil e penal contra os responsáveis.

A informação de que Arruda estaria oferecendo um suposto suborno aos deputados aliados contra o fim dos processos de afastamento provocou ontem o adiamento da eleição para a presidência da Câmara. A notícia ainda gerou um embate entre governistas e oposicionistas na sessão de ontem.

Após a leitura da nota do blog por Cabo Patrício, o deputado Paulo Tadeu (PT) aproveitou o discurso do colega e colocou em suspeita a eleição. "Estamos assistindo uma interferência clara do governador Arruda aqui nesse processo de escolha, que inclusive já tem como certo o nome do deputado Wilson Lima [PR]. Não podemos aceitar a articulação que o governador do DF está fazendo ou fez para impor o seu presidente nesta casa", disse o petista Paulo Tadeu.

O deputado Geraldo Naves (DEM) saiu em defesa do governador e disse que Cabo Patrício demonstrou mais uma vez que age de forma precipitada no comando dos trabalhos.

O petista se irritou e disse que age de acordo com o regimento, e, portanto, marcaria a eleição para dentro do prazo limite de sete dias. "Estamos agindo dentro do regimento da Casa e da Lei Orgânica do Distrito Federal [...] Está encerrada a sessão e eu convoco a eleição para o dia 2 de fevereiro. É uma decisão de foro intimo", disse.
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