Uma semana de intensas revistas dentro da cadeia pública de Barra do Garças revelaram um quadro no mínimo preocupante pelo número elevado de celulares apreendidos dentro da cadeia e uma lista com nomes e números de pessoas que supostamente estariam sendo ameaçadas pelos detentos.

Os números, a maioria de celulares da Claro, eram de prefixos da cidade de Barra do Garças e tinham detalhes junto aos números como identificando de sobrinha, mãe, avó ou pai de determinadas pessoas, dando a entender que essas informações eram utilizadas para fazer ameaças de pessoas aqui fora do presídio. O caso agora está sendo investigado pela Policia Civil.

A operação “limpa cadeia” coordenada pela Policia Militar que começou na terça-feira (26) para desarticular alguns planos de fugas que estavam sendo organizados dentro da cadeia. Na abordagem foram apreendidos 3 aparelhos celulares, 3 carregadores, 1 cachimbo artesanal usado para fumar entorpecente, 4 chuços(objeto pontiagudo feito de ferragem retirado do concreto, utilizado em rebeliões), 2 peças usadas para perfurar parede, 1 pedaço de madeira. Houve um principio de tumulto porque os detentos da cela 7 se negaram a sair e a PM teve que utilizar gás lacrimogêneo para evacuar a cela.
Na quarta-feira, (27), outra revista surpresa e mais dois aparelhos celulares apreendidos, três carregadores na parte da manhã. No período vespertino, os PMs voltaram à cadeia e encontraram na cela 5 mais dois aparelhos celulares, dois carregadores e 1 chip. A mesma revista flagrou também 5 chuços e na cela 11, mais dois chuços. O comando da Policia Militar sugeriu ao diretor da cadeia, Flávio Monteiro, que reforce o serviço de revista durante o período de visitas para combater o ingresso de aparelhos celulares e outros objetos dentro da cadeia aumentando o risco de motins ou rebeliões. No ano passado, duas jovens foram flagradas com celulares na parte íntima, dentro da vagina.

O presídio de Barra é um dos mais antigos de Mato Grosso e enfrenta problemas diversos que vão desde a parte infra-estrutura como também localização. Construído no centro da cidade, a cadeia tem quase 100 presos e pouco espaço para recuperação dos detentos e celas velhas com mofo e vazamentos por todo lado. Uma reforma paliativa teve inicio no mês de janeiro, mas ainda não foi concluída e já aparecem problemas com relação ao telhado e pintura. Os agentes prisionais reclamam que a viatura está sucateada e precisa de um veículo novo para cadeia