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Jogadores naturalizados são cada vez mais numerosos em equipes que disputam com Brasil a Copa do Mundo

Extra

Apesar dos temores da Fifa e de seu presidente, Joseph Blatter, é cada vez maior a quantidade de jogadores que trocam de nacionalidade apenas para defender seleções de outros países. E os brasileiros estão na ponta do problema. Há quatro anos, na Alemanha, cinco atletas nascidos no Brasil jogaram por outras seleções. Número que pode dobrar agora na África do Sul. Blatter já disse, mais de uma vez, que se não forem tomadas as devidas providências, vai chegar o dia em que um país disputará a Copa apenas com brasileiros naturalizados, como já acontece no Futsal, modalidade em que a Itália tem uma seleção formada só por jogadores nascidos no Brasil.

A Fifa já aumentou de dois para cinco anos o tempo mínimo que jogadores têm que viver em um país antes de se naturalizar e jogar pela seleção. Isso se já não tiver defendido seleções de base de seu país de origem em competições da entidade. Atualmente, há cerca de 70 jogadores nascidos no Brasil nesta situação. Destes, pelo menos 10 têm chances reais de disputar a Copa do Mundo da África do Sul. E Portugal, por razões óbvias, é o país que conta com mais brasileiros naturalizados em sua seleção.

Deco, hoje com 32 anos e ainda titular de Portugal, tem agora a companhia do zagueiro Pepe e do atacante Liédson. O primeiro ainda corre o risco de ficar de fora da maior festa do futebol por problema de contusão - operou o joelho e corre contra o tempo para disputar sua primeira Copa. Já o ex-atacante de Flamengo e Corinthians é nome mais do que garantido na lista de 23 jogadores que o técnico Carlos Queiroz apresentará em maio à Fifa. Relação esta que poderá ter ainda uma quarto nome: o do lateral-esquerdo Evaldo, há sete anos no Sporting Braga.

- Seria uma oportunidade única. Vou ficar muito contente se acontecer - admite o jogador, que foi para Portugal com 19 anos.

Japão mantém tradição de ter brasileiros na seleção

Outro brasileiro naturalizado que já carimbou seu passaporte para a África do Sul é o volante paulista Marcos Senna. O ex-jogador do Corinthians já disputou a Copa de 2006 pela seleção espanhola e vai repetir a dose agora.

A Itália, tetracampeã mundial, tentará se igualar ao Brasil como maior ganhador de Copa daqui a cinco meses. E poderá usar dois brasileiros naturalizados para isso. O atacante paulista Amauri, do Juventus, já obteve cidadania italiana e aguarda sua primeira convocação. O que já aconteceu com o zagueiro Fabiano Santacroce, de 22 anos, jogador do Napoli. Baiano de Camaçari, filho de italiano com brasileira, ele foi criado na Itália e é cidadão italiano. Já foi convocado pelo técnico Marcelo Lippi para amistosos.

A tricampeã Alemanha também poderá recorrer ao futebol brasileiro para tentar seu quarto título mundial. Os alemães, que já tiveram o brasileiro naturalizado Paulo Rink na seleção, devem ter no grupo que o técnico Joachin Law levará ao Mundial, o atacante Cacau, de 28 anos, jogador do Sttutgart. Cacau chegou à Alemanha com 18 anos e, em maio de 2009, já cidadão alemão, foi convocado pela primeira vez. Hoje, ele já soma quatro partidas pela Alemanha e está pré-convocado para a Copa.

- O hino alemão já está na ponta da língua - disse o paulista ao saber que estava pré-selecionado para a Copa.

Mantendo a tradição japonesa de ter sempre um brasileiro naturalizado nas seleções que disputam Copa, o zagueiro Marco Túlio é nome certo na África do Sul. Ele é filho de um nipo-brasileiro e mora no Japão há 13 anos. Antes dele, já disputaram um Mundial com a camisa japonesa Wagner Santos (1998) e Alex Santos (2202 e 2006).

O carioca Benny Feilhaber foi para os Estados Unidos com os pais quando tinha 6 anos. Hoje, aos 25, é convocado constantemente para a seleção americana. Torcedor do Botafogo, Feilhaber enfrentou a seleção brasileira na final da Copa das Confederações de 2009, disputada na África do Sul.

Ex-jogador do Botafogo, o volante Leandro Augusto está cotado para defender o México na Copa de 2010, como já acontecera com o paulista Zinha em 2006.

- Vamos enfrentar uma espécie de Brasil B na Copa - alfinetou Dunga, logo após saber que o Brasil enfrentaria Portugal, de Liédson, Deco e Pepe no Mundial-2010.
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