O ex-assessor de imprensa do governador do Distrito Federal José Roberto Arruda (sem partido) Omézio Pontes se reservou ao direito de permanecer calado nesta segunda-feira durante depoimento à Polícia Federal.

Segundo a defesa, Pontes deve prestar um novo depoimento após uma avaliação no inquérito do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que investiga o suposto esquema de corrupção. O advogado Thomas de Oliveira, disse que o ex-assessor de Arruda está tranquilo. "Ele se reservou ao direito de não falar, mas está tranquilo", disse.

Pontes é apontado como um dos distribuidores do suposto esquema de arrecadação e pagamento de propina que envolve o governador, o vice-governador Paulo Octávio (DEM), secretários de governo, deputados distritais e empresários.

Em dois vídeos gravados por Durval Barbosa, delator do esquema, Pontes aparece negociando suposta propina. Ao Ministério Público Federal, Durval disse que Omézio teria recebido "mais de R$ 100 mil" da primeira vez e R$ 100 mil da segunda.

Na semana passada, a PF reconheceu que houve uma "falha no sistema de convocação" para Pontes prestar esclarecimentos sobre o funcionamento do esquema. Segundo a Polícia Federal, ele não foi intimido para comparecer na quinta-feira à Superintendência da Polícia Federal.

De acordo com a PF, um novo depoimento foi marcado para a próxima segunda-feira. Pela manhã, a Polícia Federal disse que Pontes avisou que iria prestar depoimento, mas não apareceu e deixou o delegado Alfredo Junqueira esperando por uma hora.

Ausência

O segundo depoimento de Adaílton Barreto, ex-assessor da Secretária de Educação, à Polícia Federal foi cancelado nesta segunda-feira a pedido da defesa. Os advogados alegaram que Barreto está com problemas de saúde e não pode comparecer.

No primeiro depoimento, Barreto confirmou que recebeu R$ 60 mil de Barbosa e afirmou que entregou o dinheiro ao ex-secretário de Educação, José Luiz Valente.