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Comando do PT pede humildade à bancada petista para eleger Dilma

Folha Online

Em meio ao clima de comemoração provocado pela subida da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil) nas pesquisas de intenção de voto para o Palácio do Planalto, dirigentes do partido pediram hoje "humildade" à bancada petista na Câmara para conter a euforia dentro da legenda.

Na reunião que elegeu o novo líder do PT na Casa, deputado Fernando Ferro (PT-PE), a cúpula partidária fez a avaliação de que as pesquisas refletem apenas o resultado de um momento, e não o resultado das eleições.

"Temos que vestir as alpargatas da humildade. Como a bancada do PT é o principal eixo de sustentação da campanha da ministra Dilma, temos que ter responsabilidade em nossos posicionamentos para não gerar tensões políticas", disse o deputado Maurício Rands (PT-PE).

Os petistas avaliam que a pesquisa CNT/Sensus divulgada ontem, que mostra Dilma encostada no governador de São Paulo, José Serra (PSDB), antecipou uma previsão da legenda que ocorreria somente em abril ou maio.

"A pesquisa reflete a possibilidade do crescimento real da ministra Dilma, mas a eleição será muito difícil. O esforço é de se compor palanques da melhor forma possível", disse o deputado Marco Maia (PT-RS).

O presidente do PT, Ricardo Berozini (SP), disse que o partido deve trabalhar "sem arrogância" em busca da eleição de Dilma. "Temos que trabalhar com humildade, trabalhar para mostrar a viabilidade do nosso projeto de governo. Se de um lado temos que olhar os bons indicadores, pesquisa é pesquisa", afirmou.

O líder do governo na Câmara, deputado Candido Vaccarezza (PT-SP), disse que as eleições vão se definir somente em outubro, por isso o partido deve manter os pés no chão. "A pesquisa mostra que o Serra é um candidato frágil, mas a eleição não está definida. Temos muito chão pela frente. Vamos apresentar para o povo um projeto para o Brasil", afirmou.

Líder

Eleito por unanimidade e aclamação o novo líder do PT na Câmara, o deputado Fernando Ferro (PE) disse que vai trabalhar em busca da unidade no partido em torno da candidatura de Dilma.

"O PT vive um momento especial de unidade, reflexo do trabalho feito na bancada. A oposição irá criar o máximo de dificuldades para nós, mas vamos valorizar a maturidade e compreender o desafio da disputa em um ano como esse", afirmou o líder.

Segundo a pesquisa CNT/Sensus, quando o nome de Ciro Gomes (PSB) aparece na disputa à Presidência da República, a ministra encosta no tucano José Serra. Neste cenário, Serra recebeu 33,2% das intenções de voto, seguido por Dilma, com 27,8%, e por Ciro, com 11,9%. Marina Silva (PV) aparece em quarto lugar, com 6,8% das intenções de votos. Os indecisos, brancos e nulos somam 20,4%.

Apesar do governador de São Paulo ainda aparecer em primeiro lugar em todos os cenários da pesquisa estimulada (com a lista de candidatos apresentada aos eleitores), a CNT/Sensus mostra também uma queda do tucano em relação à pré-candidata do PT. Dilma subiu seis pontos percentuais em relação à edição anterior da pesquisa, divulgada em novembro de 2009.
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