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Notícias / Cidades

Gerente é chamado na Câmara para esclarecimentos

De Rondonópolis - Dayane Pozzer

Os parlamentares de Rondonópolis paralisaram a sessão Legislativa da Câmara Municipal na quarta-feira (3) para conversar com o gerente da clínica de imagens Imamed, o advogado Rowles Magalhães Silva, a respeito do contrato firmado entre a empresa e a administração municipal, além de questões como o atraso de pagamentos da prefeitura, a situação dos equipamentos da clínica e a demora na entrega de exames.

A situação da Imamed, instalada no município há nove meses, foi levantada pelo republicano Mohamed Zaher, que questionou principalmente o contrato, o qual prevê o pagamento mínimo de R$ 450 mil, independente do número de exames realizados.

O gerente negou que a clínica receba desta forma do município e afirmou que o pagamento é feito conforme a produtividade. Segundo Rowles, a clínica tem realizado cerca de 19 mil exames ao mês, sendo 16 a 17 mil somente de raios-x. “Quando chegamos pegamos uma cidade extremamente doente. Raios-x, que é um exame primário, tinha mais de 5.500 para serem feitos. Tiramos mais de seis mil exames de mamografia da fila”, ressaltou.

Sobre o atraso, apenas comentou que há valores de outubro, dezembro e janeiro que não foram pagos, mas não falou em valores. Acrescentou ainda que a inadimplência da prefeitura não tem afetado o trabalho da clínica. “Tem débitos de meses, mas isso não compromete a saúde de quem está indo lá. Não estou deixando de comprar material de qualidade. Claro que o problema tem que ser solucionado, mas em nenhum momento interferiu no funcionamento”, argumentou.

Os parlamentares também questionaram a demora na entrega de exames realizados pela Imamed, alguns com prazo de até 90 dias para ficarem prontos, conforme usuários repassaram aos legisladores. O gerente explicou que os laudos são feitos em São Paulo, a exemplo de grandes empresas no mundo que fazem seus laudos fora de seus estados e até mesmo países, e que esse seria um dos motivos para a demora, além da demanda inicial, que agora já é bem menor.

Ele explicou ainda que precisa de mais profissionais, mas que não consegue ninguém na cidade, pois a presença da clínica, desde o início, tem incomodado alguns setores, principalmente a concorrência, e que isso acaba pressionando os profissionais a não prestarem serviços à clínica. “Eu não vim para fazer concorrência, me comprometi a não tirar o lugar de ninguém, apenas atender o SUS (Sistema Único de Saúde)”, ponderou.

O advogado rebateu também as críticas de que os aparelhos da clínica estariam com muito tempo de uso. “Meus aparelhos não são ruins, eles recebem a manutenção devida. Se fossem ruins, eu não teria recebido a visita para vistoria da Somed, da Unimed e do Serv-Saúde para parcerias”, argumentou.

O gerente aproveitou para fazer uma oferta ao dizer que está precisando de médico radiologista, já que hoje apenas um trabalha na clínica. “Pagamos R$ 30 mil aos médicos, quem tiver interesse é só nos procurar”, afirmou.
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