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Notícias / Economia

Armínio Fraga defende investimento urgente em infraestrutura

EFE

O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga defendeu hoje a necessidade de mais investimentos caso o Brasil queira manter um bom ritmo de crescimento, e "com urgência" na área de infraestrutura, que estaria em "péssimas condições".

Em uma conferência organizada hoje pela Câmara de Comércio Brasileiro-Americana em Nova York, o atual presidente do Conselho de Administração da BM&FBovespa afirmou que o Brasil tem "boas bases para voltar ao ritmo de crescimento anterior à crise".

Fraga destacou que o consenso do mercado é de que, neste ano, o país crescerá em torno de 5% e disse confiar que o Banco Central "fará o que tem que fazer" para manter a inflação sob controle.

"Acho que o panorama em geral é bom", defendeu o ex-presidente do BC que, no entanto, advertiu que "muita gente acredita que o Brasil é perfeito e isso não é bom para nós, nem mesmo saudável".

Nesse sentido, opinou que existem "sérias barreiras que obstaculizam o crescimento e a prosperidade" do país e disse que uma delas é a excessiva importância dada ao consumo como motor de criação de riqueza no país, em detrimento do investimento e da economia.

"Há potencial para crescer 6% ou 7% ao ano, mas para isso é preciso fazer algumas coisas", explicou Fraga, que citou aumentar a qualidade da educação, reduzir as taxas de juros e reequilibrar o rápido crescimento do gasto público, que representa "uma ameaça ao modelo macroeconômico que temos a longo prazo", entre outros fatores.

Fraga deu especial ênfase à necessidade de aumentar o investimento, já que "é impossível de recuperar o crescimento" sem mais investimentos.

"Nós não economizamos e investimos o suficiente", insistiu, ao expressar uma "especial preocupação" com o estado da infraestrutura.

"Não fomos capazes de criar as condições necessárias para este tipo de investimentos a longo prazo tão intensivos em capital, e é urgente fazê-lo", defendeu Fraga.

Perguntado sobre a possibilidade de voltar ao ambiente político em algum momento, o presidente do Conselho de Administração da BM&FBovespa afirmou estar "muito comprometido" com o que está fazendo, embora tenha sido "muito feliz no Governo e foi uma honra estar lá em duas ocasiões."

"Poderia considerar voltar em algum momento, porque tive muito boa experiência, me senti muito produtivo, mas agora tenho meu próprio negócio e ninguém vai pedir", explicou.
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