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Comissão anistia Mário Covas e viúva receberá indenização

Folha Online com ABr

A Comissão da Anistia declarou nesta quinta-feira o ex-governador de São Paulo Mário Covas como anistiado político. "O Estado brasileiro pede perdão à família de Mário Covas e o declara anistiado político 'post mortem'", afirmou a relatora Sueli Belatto.

O processo em questão foi requerido pela viúva de Covas, Florinda Gomes Covas, a dona Lila, e pedia o reconhecimento de anistiado político ao marido e o pagamento de uma quantia referente aos dez anos em que Covas teve seus direitos políticos cassados e deixou de ganhar o salário de deputado federal --em torno de R$ 2,3 milhões.

De 13 de março de 1969 a 13 de março de 1979, Covas foi impedido de exercer seus direitos políticos. Durante este período, trabalhou como engenheiro na cidade de Santos, onde nasceu.

Seguindo o texto da lei, a relatora do processo afirmou que, ao Estado, cabe pagar uma prestação única de 300 salários mínimos, com o teto de R$ 100 mil. São 30 salários mínimos por ano de privação do trabalho.

Durante o relato, Sueli leu trechos de discursos de Covas, incluindo depoimentos que o então deputado prestou aos militares após o Ato Institucional número 5. "A liberdade é algo pelo qual se merece morrer em qualquer lugar do mundo", disse Covas, ao ser questionado se morreria pela liberdade de outros países, como o Vietnã.

O neto do ex-governador, o advogado Gustavo Covas Lopes, representou dona Lila na sessão de julgamento.

"Ele [Mário Covas] teve uma vida pública bem forte, era respeitado por todos os partidos políticos, todo mundo o reconhecia como um grande homem. Só faltava o Estado brasileiro", disse.

"Em um país em que político é sinônimo de corrupto e ladrão, é mais que uma alegria, é uma honra ser neto de um político como o meu avô."
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