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Alemanha lamenta "persistente atitude negativa" do Irã
EFE
O ministro de Assuntos Exteriores alemão, Guido Westerwelle, lamentou hoje perante seu colega iraniano, Manouchehr Mottaki, a "persistente atitude negativa" do Irã perante a comunidade internacional e o pressionou a responder às "questões abertas" sobre o programa nuclear de Teerã.
Em um encontro bilateral, durante a Conferência de Segurança de Munique, Westerwelle expressou ao ministro iraniano a "preocupação" da comunidade internacional diante do que considera uma "persistente negativa" a colaborar, indicaram fontes do Ministério de Exteriores alemão, ao término da reunião.
O Irã deve atender "às claras condições" da ONU e da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), advertiu Westerwelle, que expressou a Mottaki "a preocupação da Alemanha e seus parceiros europeus" pela situação dos direitos humanos.
A polêmica sobre o programa nuclear do Irã centrou hoje a atenção do primeiro dia da Conferência de Segurança, na qual se aguarda com expectativa o discurso de Mottaki neste sábado.
Antes de seu discurso perante esse fórum, o ministro iraniano criticou hoje, em declarações ao jornal "Süddeutsche Zeitung", as ameaças de sanções contra seu país por seu controverso programa nuclear e impôs novas exigências para aceitar urânio enriquecido do exterior.
O compromisso proposto pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) deve ser revisado, afirmou Mottaki ao jornal. Ele acrescentou que seu país só está disposto a exportar urânio levemente enriquecido se receber imediatamente em troca combustível nuclear altamente enriquecido para seus reatores experimentais.
"Deve haver uma sincronia temporal, ou seja, a troca deve ocorrer simultaneamente", explica Mottaki ao jornal. O ministro também assegura que o combustível altamente enriquecido demandado será destinado a um reator que fabrica produtos para fins médicos.
As potências do Conselho de Segurança das Nações Unidas consideram que o enriquecimento do urânio que o Irã necessita no exterior permitiria um maior controle de seu programa nuclear.
O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, deu no início desta semana sinal verde a essa possibilidade, embora sem dar detalhes de como ocorreria a operação.
O ministro de Exteriores chinês, Yang Jiechi, afirmou na Conferência de Munique que o Irã "não fechou as portas do diálogo" com a comunidade internacional no caso sobre seu programa nuclear e insistiu que a via diplomática ainda não foi esgotada.