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'Ele relatou pane pelo rádio', diz piloto que viu queda de helicóptero em SP

G1

Uma pane no rotor de cauda e uma tentativa de fazer um pouso de emergência frustrada. O piloto do Globocop Dato de Oliveira acompanhou de perto a queda do helicóptero da TV Record na manhã desta quarta-feira (10) no Jockey Clube de São Paulo, Zona Sul, e foi o primeiro a ajudar no socorro às duas vítimas. Uma delas, o piloto Rafael Delgado Sobrinho morreu no acidente.

Oliveira e o piloto da outra aeronave voavam lado a lado, capturando imagens de uma assalto a banco na Avenida Morumbi, Zona Sul de São Paulo. Sobrinho teria chamado Oliveira por rádio e informado que o painel acusava uma pane no rotor de cauda. O piloto da Record optou por tentar fazer um pouso de emergência no Jockey Clube, Zona Oeste da capital paulista.

“Quando ele relatou o problema, decidi acompanhá-lo para ver o que estava acontecendo. Esse é um problema difícil de acontecer, porque o motor de cauda é um motor vital para o helicóptero. Se você o perde, você entra em giro”. A explicação de Oliveira coincide com as imagens da queda do helicóptero, que mostram a aeronave rodando até tocar o chão.

Ao ver a queda, que foi toda filmada pelas câmeras do helicóptero da TV Globo, Oliveira pousou no gramado do Jockey imediatamente. Além do socorro às vítimas, o objetivo dele era desligar a bomba de combustível e a bateria e, assim, evitar uma explosão.

Oliveira era amigo de Rafael Delgado Sobrinho há anos. Segundo o piloto da TV Globo, o colega era um profissional experiente. “Era um amigo de muito tempo, uma pessoa muito tranquila. Foi uma fatalidade mesmo”, disse.

O helicóptero da TV Record caiu por volta das 7h20 desta quarta, no gramado do Jockey Clube. A aeronave começou a rodopiar soltando fumaça, perdeu altitude e caiu Além do piloto, estava a bordo o cinegrafista Alexandre da Silva Moura, que foi retirado com vida da aeronave. Até as 10h35 desta quarta, não havia informações sobre seu estado de saúde. A TV Record informou apenas que ele fazia exames na UTI do Hospital Itacolomy, na Zona Oeste.

Luiz Carlos Assunção, auxiliar de enfermagem do Jockey Clube, foi um dos primeiros a chegar no local onde o helicóptero caiu. Segundo ele, o piloto estava desmaiado e o cinegrafista reclama de dores.

“Ele gritava e reclamava de muita dor na coluna e na região dos rins. Falamos que iríamos socorrê-lo e tentamos acalmá-lo. Ele mexia os pés e estava aparentemente bem”, disse Assunção.

Investigações

A Aeronáutica vai usar as imagens da queda do helicóptero para saber quais foram as causas do acidente. Segundo o tenente coronel Ricardo Beltran Crespo, comandante do Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa), em São Paulo, as principais hipóteses para o acidente são falha técnica ou falha humana.

“Aquela fumaça que saiu do helicóptero pode ter algo a ver com algum problema técnico. Tudo indica que o piloto ainda tentou fazer um pouso forçado após a falha”, disse Crespo ao G1. As investigações podem levar até um ano.

Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil, a Anac, o helicóptero que caiu era do modelo AS-350BA, de fabricação da Eurocopter France. A aeronave comportava até cinco passageiros e suportava voar com até duas toneladas. O helicóptero estava devidamente certificado e inspecionado.
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