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DEM dá prazo até fim do Carnaval para que filiados deixem governo do DF

Folha Online

Em nota divulgada nesta sexta-feira, a Executiva Nacional do DEM determina que seus filiados que ocupam cargos no governo do Distrito Federal devem deixá-los até a próxima quarta-feira sob pena de sofrerem sanções impostas pela legenda. O partido impôs ontem a debandada do governo do DF depois da prisão do governador José Roberto Arruda (ex-DEM, sem partido).

A Executiva Nacional do Democratas comunica aos seus filiados ocupantes de cargos no Governo do Distrito Federal que, independentemente de quem esteja respondendo pela chefia do Poder Executivo local, o prazo fatal para a desocupação dos mesmos é o primeiro dia útil após o feriado de Carnaval", diz a nota.

Segundo o DEM, a "eventual inobservância da determinação sujeitará o filiado às sanções disciplinares previstas no Estatuto do partido".

Ontem, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) decretou, por 12 votos a 2, a prisão de Arruda e mais cinco pessoas envolvidas na tentativa de suborno do jornalista Edson dos Santos, o Sombra. O tribunal decidiu ainda pelo afastamento de Arruda do governo do DF.

Em seu voto, o ministro-relator Fernando Gonçalves aceitou pedido da subprocuradora-geral da República, Raquel Dodge. O tribunal foi convocado para analisar a decisão do relator que investiga o suposto esquema de corrupção. O Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o governador e mais cinco pessoas por formação de quadrilha e corrupção de testemunha.

"Se não é possível fazer conclusões nesse atual estágio [...] por outro lado é inconteste que a presença do governador está ligada aos recentes eventos e tem gerado instabilidade na ordem publica da cidade. A única forma de se fazer cessar é decreto de prisão preventiva", disse o relator.

Além de Arruda, o STJ determinou a prisão do ex-deputado Geraldo Naves (DEM); Weligton Moraes, ex-secretário de Comunicação; Rodrigo Arantes, sobrinho do governador; Haroaldo Brasil de Carvalho, diretor da CEB (Companhia Energética de Brasília); e Antonio Bento da Silva, conselheiro do Metrô. Silva, no entanto, já está preso.

A Polícia Federal prendeu, na semana passada, o conselheiro do Metrô. No momento da prisão, ele entregava R$ 200 mil a Sombra. Silva está no presídio da Papuda, em Brasília.

Segundo o jornalista, o dinheiro seria a primeira parcela de um suborno de R$ 1 milhão em troca de um pacote de serviços que incluía uma declaração afirmando que os vídeos que mostram políticos de Brasília recebendo dinheiro de suposta propina foram manipulados por Durval Barbosa, delator do esquema.

Em depoimento à Polícia Federal, Sombra disse que, além de Silva, Naves e Weligton foram interlocutores do governador na tentativa de suborno.

O jornalista ainda entregou aos policiais um bilhete que teria sido escrito por Arruda como prova de que estaria envolvido na negociação de suborno.
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