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Advogado de Arruda diz que não vai recorrer de decisão do STF

G1

O advogado do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), Nélio Machado, afirmou nesta sexta-feira (12) que não vai recorrer da decisão do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal federal (STF), que negou habeas corpus ao governador. “Não me parece uma medida conveniente [recorrer da decisão]. Esse habeas corpus pode ter e deve ter um julgamento célere”, disse, sobre a análise definitiva do pedido de liberdade de Arruda.


Nesta sexta, Marco Aurélio negou o habeas corpus em caráter liminar. A análise em plenário no STF só vai ocorrer após o Carnaval, em data ainda não marcada. A próxima sessão do Supremo está marcada para a quarta-feira de Cinzas (19).


Segundo Machado, a análise do habeas corpus no plenário do STF será “a primeira vez” que a Justiça dará o direito de a defesa de Arruda ser ouvida, desde que a operação Caixa de Pandora foi deflagrada. A operação investiga um suposto esquema de corrupção no governo do Distrito Federal.


“A investigação corre há dois meses e meio e não chamaram o governador para depor em nenhum momento. Que investigação é essa que não faz acareação do governador com o ‘Seu Sombra’, do governador com o seu Durval?”, questionou.

O advogado reconheceu que não há possibilidade de Arruda deixar a prisão antes do carnaval. “Não há essa possibilidade. Não está nas minhas pretensões agir dessa maneira [de recorrer da decisão do STF].”


Nélio Machado disse não saber se Arruda permanecerá preso na Superintendência da PF ou se será transferido, mas disse que ainda vai visitar seu cliente ainda nesta sexta-feira. “Não falei com o governador. Agora, me sinto na obrigação de confortar meu cliente, de visitá-lo e dizer para ele ter fé na Justiça”, declarou.


Machado voltou a dizer que Arruda “nega a prática de qualquer ilícito” e que a veracidade das imagens em que o governador e aliados aparecem recebendo dinheiro só será comprovada pelo Instituto de Criminalística da PF.

Crítica

Machado criticou a rejeição ao pedido de liberdade de Arruda. Segundo ele, a Justiça “não está imune a equívocos”. O STF vai julgar o habeas corpus protocolado pela defesa do governador em data ainda não definida.


A ordem de prisão preventiva contra Arruda foi expedida na quinta-feira (11) à tarde pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além de Arruda, o STJ decretou a prisão de quatro pessoas envolvidas na tentativa de suborno do jornalista Edmilson Edson dos Santos, conhecido como Sombra. A prisão foi decretada sob o argumento de que todos estavam atrapalhando as investigações sobre o “mensalão do DEM de Brasília”.


O escândalo de corrupção no DF veio à tona no dia 27 de novembro quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora. O suposto esquema de distribuição de propina foi denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais, Durval Barbosa. O inquérito que envolve o governador do DF, seu vice e oito deputados distritais, além de empresários e membros do governo, tramita no STJ.
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