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Os percussionistas do Olodum: esse ano são 100 músicos (Foto: Eduardo Freire/G1).

G1

O Olodum juntou as cores, os sons e as danças indianas e sul-africanas aos seus tambores poderosos para fazer o carnaval 2010. O mais famoso grupo de percussão da Bahia coloca seu bloco afro na rua na noite desta sexta-feira (12) em Salvador, saindo do centro histórico rumo ao Campo Grande.


Segundo os organizadores, 100 músicos acompanham no chão o trio elétrico comandado pelos cantores Lucas di Fiori, Mateus Vidal e Nadjane Souza. Em seu segundo ano como a voz feminina do Olodum, a vocalista sai vestida com um "'sári da brasilidade", inspirado nos trajes típicos das mulheres indianas, só que nas cores verde e amarelo.

O trio teve dez dias para decorar a letra do samba-reggae "Índia, Brasil, África do Sul - a terceira visão", enredo desta folia. "Olha, eu esqueço data de aniversário, telefone, senha de banco, mas sou capaz de memorizar um canção inteira em poucos minutos", garantiu Lucas, que de fato, faz bonito ao entoar o refrão "Olodum Índia ê/Olodum Índia África do Sul/quilombo urbano Pelourinho/quilombola do Brasil".

"Escolhemos esta música entre 70 composições que foram enviadas para nós de todo o Brasil", conta Nelson Mendes, diretor cultural do bloco. "A letra foi a selecionada por sintetizar a discriminação, as dificuldades econômicas e sociais pelas quais esses três países passaram. E também por falar da diversidade cultural desses povos, que têm vários pontos em comum".

Três alas representam as cada uma das nações, com dançarinos fantasiados à frente dos percussionistas, fazendo diferentes coreografias. O austríaco Wial Wieland mostrava gingado ao acompanhar o grupo, mesmo tendo pouco mais de uma semana de ensaio.

"Sou Áustria, não Austrália. Meu primeira carnaval no Bahia, gostando muito", contou ele ao ser abordado pelo G1, provando que além do molejo brasileiro, também aprendeu um pouco de portugês.

Milhares de foliões acompanham o bloco pelo centro histórico debaixo de chuva, cantando a música-tema deste ano e de outros carnavais, como "Canto pro Senegal", "Faraó" e "Avisa lá".
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