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Dilma Roussef anuncia Programa de Habitação e medidas para conter a crise

De Brasília - Alline Marques

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, considerou a atual crise financeira a maior dos últimos anos por atingir "bancos internacionais que estão praticamente falidos". Para conter a crise, ela prometeu aos prefeitos créditos de longo prazo para a realização de grandes obras no país, mais recursos para a ampliação do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e informou sobre a criação do Programa de Habitação, que ainda será lançado pelo governo Federal, e consiste na construção de um milhão de casa até final de 2010.

Em discurso durante o terceiro painel do Encontro Nacional dos Novos Prefeitos e Prefeitas, Dilma Roussef afirmou ainda que o Brasil está muito mais preparado para enfrentar a crise, do que os demais países emergentes, por já ter resolvido o problema da inflação, conter uma grande reserva e ter criado políticas de desenvolvimento.

“A crise veio em um momento em que conseguimos alcançar a estabilidade no emprego e ainda tínhamos políticas de desenvolvimento, como o PAC e outras sociais, como o Bolsa Família e financiamentos”, contou.

A ministra reafirmou o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), proferido nesta terça-feira (10) durante abertura do encontro, e defendeu a aceleração das obras do PAC, além da criação de novos turnos, podendo chegar em até três turnos, para assim gerar emprego e manter a economia aquecida. “O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é uma das medidas de contenção da crise no país, apesar de não ter sido criado com essa função”, afirmou.

Dilma destacou ainda que, diferentemente, das crises anteriores, o país não quebrou. “Porque antes quando começava uma crise, o governo quebrava e recorria ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que exigia corte de investimento, de salário e de gastos da população e corte profundo nos gastos do governo. Por isso muitas vezes foi cortado em até 30% dos investimentos em infra-estrutura”, explicou.

A ministra aproveitou para fazer um retrospecto da crise e lembrou que o problema iniciou nos países desenvolvidos e ainda não foi equacionada. “Diariamente, assistimos a notícias de bancos quebrando e sobre aumento do desemprego. A situação é dramática nesses países e a crise vai ganhando corpo tanto nos Estados Unidos como na Europa. Os países emergentes, que apesar de terem sido pouco afetado, também têm sofrido as conseqüências”, relatou.

Para Dilma Roussef, a crise ocorreu devido o pensamento do mercado que acreditava ser capaz de se auto-regular e de forma independente gerar riqueza e promover emprego, enquanto que o Estado era o causador do problema.

Para encerrar, a ministra aproveitou para reafirmar a parceria entre União e Prefeituras e afirmou: “nós precisamos de vocês que são os grandes parceiros deste país. Sem os municípios não fazemos política de qualidade. (...) Não podemos abrir mão das ações dos prefeitos”.
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