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"A paixão dele era o Palmeiras’, diz amiga de torcedor morto em SP

G1

O técnico em informática Alex Furlan de Santana, de 29 anos, morto no domingo (21) durante uma briga entre torcedores do Palmeiras e do São Paulo em Jundiaí, a 58 km da capital, era apaixonado pelo Palmeiras e pela Mancha Verde, segundo contou a amiga Vivian Spolidoro Jannuzzi, de 26 anos. Ela aguardava a liberação do corpo do torcedor do Instituto Médico-Legal (IML) de Jundiaí na manhã desta segunda-feira (22). Nesta manhã, seis pessoas feridas em brigas seguiam internadas.

“A paixão dele eram o Palmeiras e a Mancha Verde. As pessoas que realmente amam o futebol devem continuar amando o seu time, mas sem brigas, porque isso não vai mudar a derrota ou vitória do time”, disse ela, que afirmou ter sido a primeira a ser avisada da morte do torcedor por um amigo em comum por volta das 22h30 de domingo. “Eu imaginei que alguma coisa tinha acontecido porque a gente ficou de se falar às 22h, mas eu liguei e ele não atendeu”, contou ela, que disse ter telefonado para vários colegas de Santana que também estavam no ônibus para saber o que tinha ocorrido, mas ninguém atendeu.

Na briga, outras três pessoas foram baleadas e nove foram feridas por armas brancas. O confronto aconteceu na altura do km 59 da Rodovia dos Bandeirantes. De acordo com a polícia, dois ônibus com integrantes da torcida Independente, do São Paulo, pararam em um posto de gasolina onde estavam estacionados dois ônibus e duas vans da Mancha Verde. Os torcedores se enfrentaram com paus, pedras, canos de ferro e tiros foram disparados. Uma das vítimas perdeu a mão com uma bomba caseira.

De acordo com a amiga, Santana era membro da torcida organizada Mancha Verde e procurava ir a todos os jogos, até mesmo em alguns fora do estado, e sempre ia no ônibus da torcida. No domingo, a jovem disse ter pedido para ir com ele ao jogo e ele negou. “Ele disse que não porque era um clássico, que se eu quisesse ir em outro depois tudo bem”, contou ela, que também é torcedora do Palmeiras e disse que já havia pedido outras vezes para ir aos jogos do time com Santana e ele nunca deixava que ela fosse. Vivian afirmou ainda que não adiantava pedir para ele não ir ao jogo. “A paixão dele pelo Palmeiras era maior que tudo”.

Segundo Vivian, Santana era uma pessoa tranquila e não gostava de confusão, mas revidaria se fosse agredido. Ele morava com a mãe em Limeira e tinha uma filha de 6 anos que ainda não sabe da morte do pai. “Eles eram super apegados, se viam todos os dias, ele era um pai muito atencioso”, contou ela. O corpo será enterrado em Limeira, mas ainda não foi definido o dia nem o horário, pois, às 11h20, o corpo não havia sido liberado do IML.

Dos envolvidos no confronto em Jundiaí, seis continuam internados no Hospital São Vicente de Paulo nesta segunda. Cinco pessoas estão em observação. O outro torcedor, de 26 anos, teve sua mão direita amputada depois que uma bomba de fabricação caseira explodiu antes de ser arremessada.
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