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DEM julga hoje dissolução do diretório do partido no DF

Folha Online

Depois da decisão do então governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio, de pedir desfiliação do DEM para não ser expulso da legenda, a Executiva Nacional do partido vai julgar nesta quarta-feira a dissolução do diretório de legenda no DF.

Paulo Octávio deixou ontem o partido e renunciou ao governo local. "Vamos pedir a dissolução e a intervenção no diretório já. Não tem condições desse diretório continuar existindo", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), disse que a Executiva da legenda vai examinar com "critério" o pedido de dissolução.

A cúpula do DEM ficou irritada com o diretório do partido depois que o grupo decidiu manter apoio ao governo de José Roberto Arruda (sem partido), mesmo com a orientação do comando da legenda para que todos os seus filiados entregassem os cargos no governo do DF.

"O diretório desobedeceu uma decisão do comando nacional, quando decidimos que não apoiávamos o Arruda. Ele fizeram reunião, mantiveram o apoio e afrontaram o partido", afirmou o deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO).

A Executiva Nacional do DEM também vai analisar os casos de filiados que permanecem ocupando cargos no governo do DF mesmo depois da determinação para que entregassem as funções.

"Nenhum filiado do partido pode estar no governo do Distrito Federal. Você tem a dissolução do diretório e outra de que ninguém deve estar no governo do DF. O DEM é o único partido que teve a coragem de transformar o seu discurso em prática", disse Caiado.

Maia disse que alguns secretários que permanecem no governo do DF vêm conversando com o partido, por isso a legenda vai analisar caso a caso aqueles que descumpriram a determinação da cúpula.

"O secretário Alberto Fraga [Transportes], por exemplo, deixou claro que vai entregar o cargo. Todos os filiados terão que deixar o governo do DF no momento adequado", afirmou.

Se a dissolução do diretório for aprovada pela Executiva Nacional do DEM, o partido terá que indicar uma comissão provisória para ficar no comando da legenda no DF. A comissão, segundo Caiado, terá a prerrogativa de montar o novo diretório no Distrito Federal.

Desfiliação

Pressionado pela cúpula do DEM, Paulo Octávio pediu ontem a sua desfiliação do partido para evitar a expulsão. Ele encaminhou o pedido para o presidente da legenda sem deixar claros os motivos do afastamento.

"Ele já sabia que não se enquadrava mais nas nossas diretrizes", disse o líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen (SC).

A bancada do DEM no Senado já havia decidido, por unanimidade, pedir a expulsão de Paulo Octávio na reunião da Executiva marcada para hoje.

Paulo Octávio responde a três pedidos de impeachment na Câmara Legislativa do Distrito Federal. Na semana passada, ele irritou os distritais e a cúpula do DEM ao ensaiar a renúncia e depois recuar. Ontem, no entanto, ele renunciou ao governo do DF.
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