Imprimir

Notícias / Brasil

Brasileira diz que passageiros vindos do Chile aplaudiram pouso em SP

G1

O primeiro voo comercial vindo do Chile para o Brasil, após o terremoto que atingiu o país no último sábado (27), pousou à 1h40 desta quarta-feira (3) no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. O voo, que decolou às 21h desta terça-feira (2) de Santiago, trouxe 156 passageiros. Entre eles estava um casal em lua de mel que foi forçado a acampar no saguão de um hotel da capital chilena e uma engenheira que foi sacudida dentro de um ônibus a cerca de 70 km de Concepción, região mais atingida pela tragédia.

Desde sábado, quando a tragédia atingiu o Chile deixando 795 mortos e 2 milhões de desabrigados, os voos comerciais que partiam de Santiago estavam cancelados. Na madrugada de terça-feira (2), um avião reserva da Presidência da República com 30 passageiros chegou à capital paulista.

Flávia Diniz e Tiago Luchesi estavam no quarto do hotel, curtindo a última noite da lua de mel quando o prédio tremeu. “Tomamos a decisão errada de descer pelo elevador e não subimos mais. Foi uma sensação horrível. Tivemos muito medo”, contou Flávia, cuja viagem de volta estava marcada para sábado.

Sem poder voltar ao quarto, eles acamparam no saguão e encerraram a lua de mel junto a muitos hóspedes. Ao desembarcar em São Paulo, Flávia queria rever os parentes, descansar e esquecer os últimos dias. “Quero dormir numa cama de verdade”, afirmou.

Segundo o casal, o voo de volta ao Brasil não foi uma jornada comum. “No avião, o clima foi uma mistura de tensão e alívio. Chegamos a aplaudir quando a aeronave tocou o solo brasileiro”, afirmou Flávia.

No ônibus

A engenheira Regina Bertaco foi sacudida a bordo de um ônibus a caminho de Santiago. “Estou viva. Sobrevivemos”, festejou ao desembarcar no território brasileiro. Ela relatou que o veículo estava a cerca de 70 km de Concepción quando a terra tremeu fortemente. “A pista tremeu, o asfalto rachou. O pedágio balançou”, recordou.

Grávida

Grávida de sete meses e meio, a relações públicas Fabíola Otoni só conseguiu abrir um sorriso ao desembarcar em Cumbica. Para ela, o potente terremoto no Chile mostrou a força da natureza e a impotência do ser humano em lidar com isso. “Agora a gente sente o tamanho da mão de Deus. É na dimensão do universo que a gente vê que não somos nada”, disse.

Fabíola afirmou que viveu dias de angústia, mas que agora, em São Paulo, está tranquila para cuidar do nascimento de Teresa. “A angústia foi grande, mas a felicidade de estar bem supera o que se passou”.

Medo de tsunami

A estudante Sara Machado reencontrou o pai e não segurou a emoção. Chorou quando a porta de saída do terminal 1 do Aeroporto Internacional de Guarulhos se abriu. Ela estava no litoral chileno e teve medo de ser levada por ondas gigantes. “Temia o tsunami e cheguei a pensar que poderia morrer”.

Foto: Sérgio Lorena/G1 Ciclista Leandro Campovilla estava no alto de uma montanha no momento do tremor. (Foto: Sérgio Lorena/G1)Ciclista

Leandro Campovilla participava de uma prova de ciclismo no momento em que o terremoto atingiu o Chile. “Estava no alto da montanha e não senti efeitos do tremor. Estava numa região pouco atingida. Fiquei apreensivo, mas estava tranquilo”.
Imprimir