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Presidente do PT diz que partido vai trabalhar para evitar prévias nos Estados

Folha Online

O presidente nacional do PT, José Eduardo Dutra, disse nesta sexta-feira que o partido vai trabalhar para evitar a realização de prévias dentro da legenda entre os candidatos que disputam indicações para cargos majoritários (governos estaduais e Senado) nas eleições de outubro. Dutra disse que as prévias "acirram os ânimos" dentro de qualquer partido, por isso defende o diálogo para a solução de impasses entre os petistas-candidatos.

"Toda prévia, em qualquer processo eleitoral, sempre você tem um processo de campanha que pode acirrar os ânimos. A posição do diretório nacional do PT é pela não realização das prévias", afirmou.

O diretório petista aprovou hoje resolução que recomenda aos seus pré-candidatos não realizar prévias para indicações ao cargos majoritários. O texto afirma que o partido considera as prévias "inconvenientes e politicamente inoportunas" no momento atual.

Segundo Dutra, o diretório fez uma resolução política para mostrar aos pré-candidatos que o partido desaprova as prévias, embora não tenha poderes para proibi-las. "Vamos conversar para tentar evitar que hajam prévias. Em não conseguindo, vamos trabalhar para que os candidatos possam concordar que a decisão de dê nos encontros de delgados regionais", afirmou.

Em São Paulo, Dutra disse que o partido espera a definição do deputado Ciro Gomes (PSB-CE) sobre o lançamento de sua candidatura ao Palácio do Planalto. Se Ciro optar pelo governo de São Paulo, como deseja o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PT terá que votar no encontro regional a decisão de apoiá-lo. Do contrário, os petistas podem realizar prévias para escolher o candidato ao governo do Estado, já que o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) credenciou seu nome na disputa.

O partido, no entanto, defende a candidatura do senador Aloizio Mercadante (SP) para o governo do Estado mesmo com a disposição de Suplicy em sustentar o seu nome na disputa. "Se o PT for ter candidato e o Suplicy mantiver a sua inscrição, vamos tentar trabalhar politicamente no sentido de não haver prévias. Se insistirem, a prévia é um direito inalienável dos candidatos", afirmou Dutra.

O presidente do PT admite, porém, que em Estados como o Rio de Janeiro e o Distrito Federal haverá a realização de prévias para a escolha de candidatos. Em Minas, segundo Dutra, também não há acordo para a escolha do candidato que vai disputar o governo do Estado.

O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel disputa com o ministro Patrus Ananias (Desenvolvimento Social) a indicação do PT para a candidatura ao governo do Estado. Além dos dois petistas, o ministro Hélio Costa (Comunicações), aliado de Lula, negocia uma solução com o PT para evitar o racha da base aliada em Minas.

"Em Minas, eu trabalho para unificar um nome com a aliança com o PMDB. Confio que em Minas a gente consiga uma aliança entre os partidos contra o Anastasia [candidato do PSDB]", afirmou.

Garotinho

Apesar das denúncias de envolvimento do ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PR) em um esquema de desvio de verbas públicas, Dutra disse que o PT conta com o apoio do pré-candidato à campanha de Dilma. "Nós não podemos rejeitar apoio. A Dilma vai estar no Rio fazendo campanha independentemente de subir ou não no palanque de um ou de outro", afirmou.

Dutra reiterou que o candidato do PT ao governo do Rio é Sérgio Cabral (PMDB), uma vez que a iniciativa de demonstrar apoio ao nome de Dilma partiu de Garotinho. "Vamos definir um acordo de procedimentos para Estados onde tivermos mais de um aliado", afirmou.
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