Imprimir

Notícias / Política MT

Febraban considera superado atual modelo

De Brasília - Vinícius Tavares

O modelo de financiamento agrícola está esgotado. A declaração é do assessor da diretoria técnica da Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Ademiro Vian, que participou como palestrante de audiência pública na Comissão de Agricultura do Senado para discutir as operações de crédito de investimento rural contratadas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Segundo Vian, dos R$ 17 bilhões que estão financiados na carteira de crédito dos programas Finame e Moderfrota, R$ 3 bi estão inadimplentes. "Para os bancos, a renegociação de cerca de 20% dos contratos, algo em torno de R$ bilhões, é totalmente inviável", afirmou.

O representate da Febraban explicou que um bom número de produtores rurais ainda possui capacidade para o pagamento dos financiamentos, mas muitas vezes o seu fluxo de caixa anda em descompasso com as regras, condições e prazos definidos pelos bancos para o pagamento as dívidas. "Em muitos casos, é preciso que os bancos se adaptem ao ritmo financeiro dos produtores, porque o contrário pode ser prejudicial e a dívida se torna impagável", esclareceu o assessor.

O senador Gilberto Goellner, autor do requerimento para a realização do debate, foi o único parlamentar a participar da audiência, ao lado do presidente da Comissão, senador Valter Pereira (PMDB/MS). Segundo Goellner, só agora se tem acesso aos dados da Febraban em relação ao tamanho da dívida.

"Esta audiência pública serviu para que tivessemos a verdadeira dimensão do problema que e a dívida agrícola com recursos do BNDES. Esperamos que o Banco Central e o Ministério da Agricultura auxiliem a Febraban e o BNDES no aperfeiçoamento deste levantamento a respeito da inadimplência no setor agrícola e apontem soluções", sugeriu Goellner.

Vice-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária, Gilberto Goellner pediu à Confederação Nacional da Agricultura (CNA) para elaborar sugestões e encaminhar uma proposta de equalização das dívidas.
Imprimir