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Decisão de Rivera pode ajudar Inter a definir cara para 2010

UOL

Os resultados obtidos pelo Internacional até aqui no grupo 5 da Libertadores – vitória contra o Emelec e empate com o Deportivo Quito, na altitude, não foram anormais. O problema é a campanha do uruguaio Cerro, que ganhou os dois jogos no torneio. Este contexto dá contornos de decisão a partida da próxima quinta. Ao clube gaúcho, três pontos encaminham classificação e liderança. Derrota, no entanto, pode abrir uma difícil caminhada nos jogos de volta. Além de assumir a ponta do grupo, os 90 minutos em solo uruguaio poderão render ao time de Jorge Fossati a identidade para o resto da temporada.

A história de grandes conquistas prova que os campeões cresceram em um determinado momento da competição. Não há cenário melhor do que o estádio Atílio Paiva. Quem está no Beira-Rio sabe disso. Ganhar do Cerro, com o 4-4-2, seria a abertura de uma nova trilha a um Inter que ainda não se encontrou plenamente em 2010. Fossati chegou, testou um esquema com somente um atacante, variou para o 3-5-2, mas não conseguiu um rendimento de encher os olhos.

É verdade que o comandante uruguaio só tem uma derrota até aqui na trajetória vermelha. Porém, nas arquibancadas – e também nas salas diretivas, se aguardava mais. “O Internacional tem que melhorar muito, nós sabemos disso. A equipe está em evolução desde o início do ano”, comentou o vice de futebol, Fernando Carvalho, depois do empate com o Veranópolis. “Sabemos que não é com as atuações que estamos tendo que vamos chegar onde queremos”, completou o dirigente.

Fossati também se cobra. Procura, desde a pré-temporada, um companheiro para Alecsandro. O contestado centroavante, autor de 28 gols em 2009, e titular absoluto do ataque, já teve nomes como Taison e Edu ao seu lado. Uma dupla que oscila muito. O experiente Kleber Pereira veio, mas não está pronto, na questão física, para receber mais chances. O que preocupa, no entanto, é quem fica atrás do camisa nove. Hoje, somente um jogador.

Um esquema aclamado por todos poderá resolver?
“Não sou mágico, não existe esquema tático perfeito”, certa vez apontou o técnico do Inter, quando indagado sobre suas preferências táticas. Mesmo que a perfeição não exista, durante alguns jogos do Internacional no Gauchão ficou claro que o meio-campo perde valor ao ter somente um armador. Com a saída de um zagueiro, mudança afiançada pelas lesões de Bolívar e Fabiano Eller, Fossati acaba com dois problemas de uma só vez.

Dá um companheiro para Giuliano e testa a formação tradicional. Perde a chance de repetir uma fórmula vencedora de sua LDU da temporada passada, time que goleou o próprio Inter na decisão da Recopa Sul-Americana. Com dois volantes e outra dupla de meias, Kleber será mais contido no apoio. Bruno Silva, pelo poder de marcação e força física, ganha pontos e é titular.

No meio do terceiro mês do ano, o Inter encara seu primeiro grande jogo da Libertadores ainda sem saber seu esquema, mas tendo consciência que pode mais. Paradoxo passível de sumir depois de um bom jogo diante do Cerro, o primeiro do time titular no 4-4-2 em 2010.
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