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Júri é retomado com interrogatório do casal Nardoni nesta quinta

G1

O julgamento do casal Nardoni deve ser retomado nesta quinta-feira (25) às 9h, no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo, já com os interrogatórios de Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá, acusados da morte da menina Isabella na noite de 29 de março de 2008. Não há definição sobre quem falará primeiro: se a madrasta ou o pai de Isabella.

A expectativa neste quarto dia de julgamento deverá girar em torno da possibilidade de acareação entre o casal e a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira que, a pedido da defesa e a concordância do juiz Maurício Fossen, permanece incomunicável no fórum.

O advogado Roberto Podval, que defende o casal Nardoni, diz que só irá decidir se pede uma acareação entre Ana Carolina Oliveira e seus clientes após o interrogatório destes. “A acareação é feita para contrariar pontos. E preciso ver antes como serão os interrogatórios." Ele afirma ter receio de ter a defesa “cerceada” no momento da acareação.

Os acusados apresentarão nesta quinta sua versão sobre a morte da menina Isabella. Depois disso, pode haver o pedido de leitura das peças ou passar direto para a fase de debates, com a fala da acusação e da defesa. A princípio, cada uma das partes tem duas horas para a explanação, que pode ainda ter réplica e tréplica.

Só então o conselho de sentença se reúne para votar os quesitos e determinar o veredicto -absolvição ou condenação. Na sequência, o juiz lerá a decisão dos jurados em plenário e, em caso de condenação, estabelecerá a pena.

Nesta quarta-feira (24), três testemunhas foram ouvidas no terceiro dia de julgamento do casal. O dia foi marcado pelo depoimento da perita criminal Rosângela Monteiro, que afirmou que as marcas da rede de proteção na camiseta de Nardoni evidenciam que foi ele quem atirou a menina pela janela.

Segundo ela, é impossível que as marcas na camisa tenham sido feitas de outra forma que não seja segurando um peso de 25 kg, com os braços estendidos para fora da janela. A perita também afirmou que o sangue encontrado no apartamento era da menina morta.

Por volta das 19h, o julgamento foi interrompido pelo juiz Maurício Fossen. A dispensa de oito das dez testemunhas pela defesa do casal supreendeu.

Alexandre vestia camisa verde e calça jeans e Anna Jatobá camisa rosa e calça preta.

Mais uma vez, a avó de Isabella, Rosa Oliveira, não suportou a descrição das condições da morte da menina e deixou o plenário.

Depoimentos de quarta (24)

A primeira testemunha a depor na quarta-feira foi a perita criminal Rosângela Monteiro, responsável pela elaboração dos laudos sobre a morte da menina Isabella Nardoni em 2008. O depoimento dela começou às 10h25 e durou mais de cinco horas.

Rosângela foi arrolada como testemunha tanto pela defesa quanto pela acusação do casal. Ela disse que a menina foi ferida antes de entrar no apartamento do casal Nardoni e que já entrou sangrando. A perita afirmou ainda que o sangue encontrado no apartamento era da menina morta.

A perita afirmou também que as marcas da rede de proteção na camiseta de Nardoni evidenciam que foi ele quem atirou a menina pela janela. Alexandre e Anna Jatobá permaneceram impassíveis durante todo o testemunho; ele, no entanto, demonstrou mais atenção às explicações da perita do que ela.

Por volta das 17h, começou o depoimento do jornalista Rogério Pagnan. Na época da queda de Isabella, ele fez uma entrevista com o pedreiro Gabriel Santos para o jornal "Folha de S.Paulo", em que ele afirmava que uma pessoa havia arrombado uma obra vizinha ao edifício London na noite do crime. O depoimento de Pagnan durou cerca de 40 minutos. Enquanto fazia uma demonstração, o jornalista quebrou um pedaço da maquete.

A terceira testemunha a depor foi o escrivão de polícia Jair Stirbulov. Ele terminou de falar às 18h. Em seu depoimento, ele disse que foi chamado para atender uma ocorrência de roubo seguido de morte e que auxiliou a delegada Renata Pontes nas investigações do crime por 30 dias ouvindo vizinhos e colhendo informações. Ele foi a última testemunha a ser convocada pela defesa.

Segundo dia – terça-feira (23)

Três testemunhas foram ouvidas no segundo dia de julgamento. Durante os depoimentos, maquetes do edifício London e do apartamento do casal acabaram utilizadas. Os jurados também viram fotografias da menina após a morte.

O julgamento começou às 10h05 (com atraso, em razão da montagem das maquetes) e terminou por volta das 19h30. As três testemunhas que prestaram depoimento foram: a delegada Renata Pontes, o médico-legista Paulo Sergio Tieppo Alves e o perito baiano Luiz Eduardo de Carvalho.

Em seu depoimento, que durou cerca de 4 horas, Renata Pontes afirmou ter “100% de certeza” de que Anna e Alexandre foram os responsáveis pela morte da menina e detalhou sua atuação na noite do dia 29 de março de 2008. A certeza da culpa do casal veio após a constatação de que a menina foi agredida antes de cair da janela. Dessa forma, ela descartou morte acidental e latrocínio (roubo seguido de morte), duas versões sustentadas pela defesa.

Após um recesso para o almoço, o julgamento foi retomado às 15h45. O médico-legista Paulo Sergio Tieppo Alves foi a segunda testemunha a ser ouvida. Alves detalhou todo o processo de necropsia. Sobre a presença de marcas de unhas na nuca e lesões na boca e no rosto de Isabella, ele afirmou que esses detalhes comprovam que houve esganadura.

A avó materna de Isabella, Rosa Oliveira, deixou a sala assim que o médico-legista exibiu fotos do corpo da garota morta. Ao ver as imagens da menina, ela virou o rosto e ficou muito nervosa.

O perito criminal baiano Luiz Eduardo de Carvalho Dória foi o último a ser ouvido na noite de terça-feira. Arrolado pela assistência de acusação, ele analisou manchas de sangue encontradas na cena do crime, como em lençóis no quarto de onde Isabella caiu. Segundo ele, “existem padrões de mancha que permitem estabelecer a altura” da qual ela caiu. De acordo com ele, pela análise é possível concluir que as gotas no local do crime caíram de uma altura superior a 1,25m.

Primeiro dia – segunda-feira (22)

O primeiro dia de julgamento, na segunda-feira (22), foi marcado pelo depoimento emocionado de Ana Carolina Oliveira, mãe de Isabella e considerada testemunha-chave pela acusação, por afirmar que a relação da madrasta com a filha era muito tumultuada, e que havia muito ciúme por parte da mulher de Alexandre Nardoni. Antes do depoimento dela, que teve início às 19h30, houve o sorteio dos jurados.

Durante o depoimento, Ana Carolina mostrou-se muito abalada e chorou em várias ocasiões. Ela se emocionou ao lembrar do momento em que chegou ao edifício London, ao falar da menina sendo levada para ambulância e também ao relatar aos jurados como recebeu a notícia da morte de Isabella.

Segundo a mãe, Alexandre jamais conversou com ela sobre o que ocorreu no apartamento, mesmo durante o velório da menina. Durante o depoimento, Ana Carolina contou detalhes do relacionamento com Nardoni e disse que ele era violento em algumas ocasiões, chegando, inclusive, a jogar o filho no chão uma vez.
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