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Notícias / Economia

Setor têxtil pede rapidez na liberação de jaquetas importadas para abastecer mercado

Ademar Andreola

Um estudo feito pela Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim) mostrou que, de 720 confeccionistas que atuam na produção de jaquetas e blusões no Brasil, 507 são fabricantes efetivos. Desses, 37% produzem jaquetas com tecidos artificiais e sintéticos e os demais, com brim do tipo jeans.

Segundo o estudo, a produção nacional de jaquetas representa 1,8% do volume do vestuário confeccionado no país, o que equivale a 109 milhões de unidades por ano. O total movimentado anualmente com esse tipo de produto é estimado em R$ 1,7 bilhão.

De acordo com o presidente da Abeim, Sylvio Mandel, o objetivo da pesquisa é chamar a atenção do governo para a importância da importação desse tipo de artigo, porque o Brasil tem deficiência de matéria-prima e não consegue produzir o suficiente para abastecer as redes de grande porte.

“Jaquetas e malharia são muito fortes para o inverno. No caso das jaquetas, o Brasil não tem indústria para suprir esses necessidades. O levantamento foi feito para mostrar ao governo a necessidade de liberar as licenças de importação para atender as classes média e média mais baixa com produtos de qualidade, de preço e aspecto bons, com toque acabamento e tecido diferenciado.”

Mandel disse que a liberação dos contêineres precisa ser mais rápida, assim como a das licenças de importação, para que os produtos cheguem às lojas na época certa. Quando o período é limitado, por se tratar de produtos de moda, que são perecíveis com o tempo, é preciso que as peças estejam nas lojas no tempo certo, ressaltou.

Caso contrário, corre-se o risco de perda dos produtos: “Quando as peças não estão no varejo na primeira onda de frio, não se recuperam as vendas desse produto”.

Em conseqüência, pode haver diminuição dos postos de trabalho no varejo têxtil, afirmou Mandel. “No fim do ano passado, o emprego no varejo cresceu 13%, porque as lojas já estavam programadas para ser abertas, e não tinha como voltar atrás. E [o varejo] já estava programado para uma venda de final de ano com produtos comprados nove meses antes.”

Mandel destacou que, mesmo com o dólar em patamares mais altos, o setor varejista têxtil não deve diminuir os volumes de compra de produtos fora do país. O que pode acontecer é um aumento de preço na ordem de pelo menos 10%, para compensar o câmbio.

Segundo o representante do setor têxtil, ainda que não há previsão para os próximos meses. “Estamos aguardando, por enquanto. Não atingimos a meta prevista em dezembro do ano passado, mas fizemos mais do que no mesmo período de 2007. Se houver inverno, a venda acontece”, afirmou.
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