Imprimir

Notícias / Política BR

Oposição pede explicações do governo federal sobre gastos públicos com viagens

Folha Online

A oposição protocolou um ofício nesta quarta-feira pedindo que a Câmara dos Deputados questione o governo sobre os gastos públicos de 26 viagens do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que contaram com a presença da presidencial petista e ex-ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), que deixou o primeiro escalão hoje.

O pedido ainda depende de uma autorização da Mesa Diretora da Câmara, mas tradicionalmente essas solicitações costumam ser atendidas. O pedido pede esclarecimentos sobre viagens entre setembro de 2009 e fevereiro de 2010.

No ofício, assinado pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), a oposição pede que a Casa Civil repasse à Câmara o valor dos gastos com passagens e diárias de integrantes do Executivo, colaboradores e convidados, com locação de veículos aéreos e terrestres e com combustível das aeronaves oficiais.

Também foi pedido informações sobre as despesas com logística local --como locação de local, divulgação, montagem de palanques, impressão de material de publicidade, faixas cartazes--, além dos custos estimados por convidado e número de presentes nos eventos e viagens.

Segundo Jungmann, as viagens são comícios eleitorais. "Examinando a agenda oficial do presidente da República em conjunto com a da ex-ministra da Casa Civil e a cobertura jornalística nacional é possível se ter uma ideia da grandiosidade de tais eventos e viagens, cujo custo é pago por toda a sociedade brasileira, sem que tenhamos o menor controle sobre sua compatibilidade com os propósitos anunciados", disse.

Para a oposição, chamou a atenção a viagem de três dias da comitiva presidencial à região do rio São Francisco, que teria custado R$ 400 mil, segundo fontes do Palácio do Planalto. Jungmann afirmou que a viagem chegou a ser questionada pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes.

"Essa turnê que contou com a presença de mais de uma centena de pessoas foi bastante comentada por toda a imprensa, culminando com a manifestação do presidente do STF colocando sob suspeita os reais motivos da viagem", afirmou.

Se a Câmara acolher o pedido da oposição, a Casa Civil terá prazo de 30 dias para responder ao ofício.
Imprimir