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Notícias / Economia

Petrobras busca capital externo com emissão de bônus

AE

A Petrobras voltou ao mercado internacional de dívida 30 dias contados depois da emissão soberana feita pelo Tesouro brasileiro no início de janeiro, com o lançamento, ontem, de US$ 1,5 bilhão em bônus com vencimento em 2018. Trata-se da primeira grande emissão de títulos por empresa brasileira desde o estouro da crise, em setembro de 2008. Segundo o prospecto apresentado aos investidores, os recursos serão usados em propósitos corporativos gerais, empréstimos entre companhias e gastos com investimentos.
A companhia não comentou o assunto, mas fontes internas disseram que o fechamento da operação dependia apenas da aprovação de detalhes contratuais. Na primeira emissão de títulos após o recrudescimento da crise, a estatal deve pagar uma remuneração de 8,125% pelos títulos, bem superior aos 5,86% pagos na última emissão, há um ano. Na semana passada, a estatal mexicana Pemex emitiu títulos com taxa de 8,25%.

Depois da emissão soberana do Brasil, em 6 de janeiro, o mercado já acreditava no retorno gradual das corporações com excelente classificação ao mercado de dívida. Na semana passada, o diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, chegou a comentar em Nova York que a companhia estudava a emissão de US$ 1,5 bilhão ainda no primeiro trimestre.

Custos

A Petrobras já renegocia contratos com economia de um terço do previsto, numa estratégia para manter os projetos de investimentos com gasto menor. “É impossível imaginar que os custos dos equipamentos que estavam equiparados a um barril de US$ 150 não caiam agora que o barril está a um terço disso”, comentou o diretor de exploração e produção da companhia, Guilherme Estrella.

Indagado sobre a possibilidade de um plano B para o caso de os custos internacionais e nacionais dos equipamentos não caírem, o diretor simplificou: “Se não tiver redução, não tem projeto”. Mas longe de cancelar projetos, a Petrobras trabalha com a perspectiva de remanejamento de verbas para áreas que têm se mostrado rentáveis mais rapidamente por terem apresentado aspectos técnicos e geológicos interessantes. “Mal acabamos de elaborar o plano de negócios e constatamos projetos de pequena monta bastante rentáveis e que podemos antecipar”, disse.
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