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Deputados querem analisar procedimentos do Previ-Rio desde 2001

Terra

Entidade responsável pela gestão dos recursos a serem pagos a pensionistas e aposentados do município do Rio, o Instituto de Previdência e Assistência do Município do Rio de Janeiro (Previ-Rio) poderá sofrer uma verdadeira devassa a partir da próxima semana. Pelo menos essa é a intenção da base aliada do governo, que fala em apurar os procedimentos na instituição desde a penúltima administração do ex-prefeito César Maia, iniciada em 2001.

"A dilapidação do Previ-Rio vem desde os dois últimos governos do César Maia. Vamos instalar uma investigação de desvios vindos desde aquela época para apurar os fatos", disse o vereador Reimont (PT).

Ciente de que a comissão será presidida por um partidário de Paes (o vereador Fausto Alves (PTB), que conseguiu 23 votos para instalar a CPI) o petista espera uma investigação imparcial sobre o afastamento do presidente do Previ-Rio, Marcelo Carvalho Cordeiro, e do diretor-financeiro do órgão, Luciano Otávio Barbosa Filho, que foram responsabilizados pelo investimento irregular de R$ 70 milhões do fundo.

"Faremos de tudo para que não se crie um debate chapa-branca, convocando o prefeito Eduardo Paes para prestar esclarecimentos, podendo punir ou não secretários e Casa Civil", completou Reimont.

Vereador pelo Partido Popular Socialista (PPS), Stepan Nercessian também defende uma investigação mais profunda nos supostos desmandos no Previ-Rio. "Os problemas não vêm de agora. Nas gestões do César Maia na prefeitura, tivemos diversas histórias de afastamento de conselheiros, o que tornou a corrupção comum nesse órgão. Isso, no entanto, não tira a responsabilidade do governo Paes sobre os acontecimentos recentes. E a prefeitura vai ter que explicar o porquê da nomeação dessas pessoas (Marcelo Carvalho Cordeiro e Luciano Otávio Barbosa Filho) para cargos de extrema confiança", disse Nercessian.

Apesar das 23 assinaturas, há gente na base aliada que considera a CPI dispensável. "Foi o prefeito quem investigou o investimento irregular e ele mesmo deu entrada no Ministério Público. A CPI não é algo vital, pois não há muito o que fazer. Se for instalada, deve ser utilizada como um mecanismo complementar à ação da prefeitura", afirmou o vereador Adilson Pires (PT).

O requerimento de CPI pedido pela base governista estará nas mãos do presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB) na segunda-feira. Se ele o aprovar, será constituída uma comissão de cinco vereadores, na qual o autor do requerimento, Fausto Alves (PTB), será o presidente. A oposição ficará com apenas uma dessas cadeiras.

Bloco isolado da oposição da Câmara, o DEM pretende juntar-se aos outros partidos da base oposicionista para evitar uma possível CPI chapa-branca. A ideia inicial do DEM é que o seu líder na Câmara, o vereador Eider Dantas, seja o indicado para a única vaga disponível para a oposição na CPI.

"Lamento muito por essa formação de CPI governista. Fizemos de tudo para instalar uma CPI democrática, mas não foi possível. Agora, só nos resta unirmos nossas forças, embora sejamos minoria na bancada de investigação", destacou o vereador Carlo Caiado (DEM).

De acordo com a coluna Informe do Dia, do jornal O Dia, o ex-diretor financeiro do Previ-Rio, Luciano Otávio Dutra Leite Barbosa Filho, seria amigo de José Ricardo Tostes Nunes Martins, diretor da Casual Dining, que recebeu investimento de R$ 60 milhões oriundos do Previ-Rio. Procurada pelo Jornal do Brasil, a Casual não quis comentar a notícia, nem o fato de que uma das linhas de investigação do caso tenha apontado que o mesmo dinheiro se destinaria a comprar os 24,5% que o Bank of America pôs à venda da rede de restaurantes Porcão.
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