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CPI da Saúde constata falta de infraestrutura em Hospital Regional

Da Redação - AM

Após a visita dos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Saúde, composta por deputados estaduais, ficou constatada a falta de infraestrutura no Hospital Regional de Sorriso que atende cerca de 350 mil habitantes de15 municípios. A região cresce a uma taxa média de 12% ao ano e a infraestrutura não acompanha esse crescimento. A urgência e emergência absorve 85% da capacidade de atendimento, sendo que 60% corresponde a moradores de Sorriso.

O hospital possui 128 leitos, seis Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) adultos e 10 neonatal, oferece atendimento em cardiologia, neurologia, urologia, gastroentereologia clínica e cirúrgica, cirurgia vascular e clínica.

A visita contou com a participação dos deputados Sérgio Ricardo, presidente da CPI, e José Domingos Fraga (DEM), do prefeito de Nova Ubiratã, Osmar Rosseto, presidente do Consórcio Intermunicipal de Saúde da região que conta com municípios de economia muito dinâmica e em franco desenvolvimento como Nova Mutum, Lucas do Rio Verde, além da equipe interna da CPI.

A unidade hospitalar conta com 50 médicos e necessita de um investimento de R$ 5 milhões para ampliação do centro cirúrgico, da entrada do Pronto Socorro, do centro de material esterilizado, uma nova cozinha,além de uma área para a maternidade e a instalação de 70 novos leitos, e por conseqüência a contratação de 48 técnicos de enfermagem, 8 enfermeiros e 18 funcionários de apoio em diversas áreas.

A demanda reprimida de procedimentos de média e alta complexidade que precisam ser realizados em Cuiabá chega a 2 .000 nas consultas, 2.000 em exames e, atualmente, 1.580 em cirurgias. O hospital não tem médico regulador, a cozinha é inadequada pois tem a mesma capacidade de quando foi construído originalmente e funcionava como posto da Funasa e em razão disso não possui alvará sanitário.

A diretora Rejane Joana Potrich Zen avalia que o hospital está muito comprometido com o atendimento de baixa complexidade, que poderia ser significativamente reduzido se houvesse maior aplicação de recursos na atenção básica por parte dos municípios do consórcio de saúde, o que somado a investimentos do governo do estado na ampliação do hospital regional, possibilitaria a ampliação do atendimento à média e alta complexidade.

A reduzida capacidade de atender casos mais complexos agrava significativamente o quadro gerado pela demanda reprimida na região por consultas, exames e cirurgias que dependem da central de regulação da secretaria municipal de Cuiabá que detem a gestão plena do SUS na capital, onde estão concentradas as unidades de saúde que dispõem de serviços mais especializados. Outra dificuldade é a pouca autonomia administrativo –financeira da unidade, além da demora nas aquisições por parte do núcleo sistêmico da SAD, tanto de equipamentos quanto de medicamentos. A diretora assegura que não faltam recursos para manutenção, mas muita imprevisibilidade quando se trata de investimentos.

Atualmente o consórcio garante recursos principalmente para a complementação dos salários dos médicos, além do custeio de exames. Instrumental cirúrgico já tem 20 anos, único regional que já encaminhou órgãos para transplante.Segundo informações do DATASUS, do Ministério da Saúde, em 2009 com 50 médicos, atendeu 6.587 AIHs para internações a um custo de 4.398,490 40 e valor médio de AIH de 667, 75, com uma média de internação de 5,5 dias e taxa de mortalidade de 3,64, em comparação com Cáceres que com 90 médicos atendeu 3.676 internações a um custo de 4.297.500,76, com valor médio da AIH de 1.69,07,com 6,2 dias em média de internação e taxa de mortalidade 4,97. Já Colider com 38 médicos, 2.346 internações, que custaram 1.291,358, 76, valor médio de AIH de 550, 45 e 7,1 dias de internação em média e taxa de mortalidade de 4,97 e Rondonópolis com 110 médicos, 4.382 internações, a um custo de 4.127.903,77, valor médio 942,01, 6,7 de média de permanência e taxa de mortalidade de 6,66.

O deputado Sérgio Ricardo afirmou que proporá aos demais membros da CPI a realização de reuniões com o governo do estado e os membros dos consócios intermunicipais de saúde, inicialmente com aqueles que sediam hospitais regionais para avaliar cada situação em particular e a apresentação de um documento com uma série de sugestões para o aprimoramento da política pública de saúde no Estado ao governador Silval Barbosa, o que deverá ocorrer na terça ou quarta-feira.

Com informações da assessoria.
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