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Notícias / Educação

Ministério vai à Justiça contra diretores de instituto suspeito de golpe contra escolas

R7

A denúncia foi publicada nesta segunda-feira (12) pelo jornal Folha de S.Paulo. De acordo com a notícia, instituições de ensino teriam que pagar cerca de R$ 2.000 ao instituto Gomes Pimentel para participar de um evento "solene" de entrega de um certificado de qualidade de ensino.

A ação judicial deve pedir reparação por danos ao patrimônio coletivo e por danos causados aos alunos e famílias enganados pelo falso documento, que acreditaram que a escola recebeu certificado de qualidade.

O site do instituto traz uma lista de 150 escolas e faculdades supostamente "premiadas" de todo o país.

O MEC afirma que não tem qualquer vínculo com a premiação, e pediu à Polícia Federal que abra inquérito por falsidade ideológica e formação de quadrilha, além de eventuais crimes relacionados.

- Os falsários utilizavam o nome do Ministério da Educação e as marcas do governo federal na emissão de certificados, depois de pagamentos feitos por instituições de ensino de diversos locais do país.

A declaração consta em uma nota oficial do MEC.

Novas medidas

O ministério acionou a AGU (Advocacia Geral da União) para exigir que o Instituto Gomes Pimentel identifique todas as escolas e faculdades que receberam certificados para que eles sejam recolhidos.

Também foi proibida a emissão de novos documentos deste tipo.

Outro lado

Luis Nogueira, dono do instituto, afirmou ao R7 que o nome da sua empresa foi usado por outras pessoas e que ele não tem nenhuma relação com o prêmio a escolas e faculdades.

Nogueira afirma que seu site foi “clonado” e que ele vai “tomar medidas necessárias”. Segundo ele, o instituto trabalha com “implantação de qualidade em empresas”.

Logotipo do governo federal

O certificado emitido, que consta nos sites de algumas faculdades como a Facig (Faculdade de Ciências Gerenciais), localizada em Paraguaçu Paulista (SP), traz o logotipo do governo federal e o brasão da República.

Procurada pelo R7, a Facig ainda não respondeu à reportagem.

O convite para a premiação, como o recebido pelo Colégio Zampieri, de São Paulo, anuncia que o ranking foi criado com base em “dados de avaliação e resultados do Ministério da Educação e Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Saeb (Sistema de Avaliação Básica) e pesquisas do Instituto”.

A diretora e proprietária da escola, Agda Zampieri, diz que paga R$ 2.500 pelo prêmio desde 2007. No ano em que não conseguiu pagar, em 2008, o colégio ficou sem o certificado e o troféu.

- Estou abismada com a denúncia [de golpe], porque os representantes do instituto diziam que todos os dados eram do MEC e do Inep.

O MEC não elabora rankings nacionais com instituições da educação básica e também do nível superior. O ministério fará agora uma campanha para divulgar os índices oficiais de avaliação - o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e o IGC (Índice Geral de Cursos). A data da campanha ainda não foi informada.
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