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Obama enfatiza cooperação para enviar mais astronautas

Folha Online

O presidente dos EUA, Barack Obama, enfatizou em sua fala da tarde desta quinta-feira (15), no Centro Espacial Kennedy, na Nasa, a necessidade de cooperação para enviar "muito mais astronautas na década seguinte".

A Nasa havia feito um contrato com a Rússia para enviar os astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS), depois do fim da era dos ônibus espaciais, neste ano.

Nasa TV

O presidente dos EUA, Barack Obama, enfatiza a necessidade de "cooperação global" para mandar ao espaço muito mais astronautas

O presidente comparou o período atual, que ele chamou de "colaboração global", com a época da corrida espacial do século passado, da Guerra Fria, em que havia "competição global", especialmente com a União Soviética.

Ele afirmou se considerar parte da geração espacial, e que "o programa espacial faz parte do que é ser um americano". Assim, a exploração espacial seria uma parte essencial deste "caráter", e ela "inspira" os cidadãos, segundo Obama.

No entanto, seria preciso fazê-la de uma maneira "inteligente", com menores custos, ressaltou, mencionando a parceria com empresas privadas na Flórida. Foguetes espaciais seriam desenvolvidos por elas para novas explorações.

Para dar uma ideia de como planeja o futuro do programa espacial, Obama deu uma olhada em um foguete Falcon 9, previsto para ser lançado em teste no mês que vem.

Ele é um produto da SpaceX, empresa privada. Elon Musk, diretor da empresa, também esteve no local para falar sobre o foguete.

Com essa mudança de rumos, Obama lembrou a preocupação sobre vagas de trabalho na Nasa, e prometeu ajuda na transição a novos modelos de exploração. Com isso, falou em milhares de novas vagas nos próximos dois anos com investimento que sairia até agosto.

Pesquisas

Nasa TV

O presidente dos EUA, Barack Obama, mencionou a importância de se investir em tecnologias de suporte de vida e propulsão espacial

O presidente reconheceu a preocupação dos cidadãos com a aposentadoria do programa de ônibus espaciais, com o que os EUA perderiam milhares de empregos e poderiam também perder a liderança na área.

Assim, ele confirmou a destinação de US$ 6 bilhões em cinco anos para a modernização da Nasa e apoio às empresas privadas espaciais, lembrando da crise e déficit econômico dos EUA e os cortes em várias outras áreas. "As pessoas se esquecem do contexto em que se vive", ressaltou ele.

Obama afirmou o objetivo de buscar destinos em Marte e especialmente melhorar as tecnologias, como de suporte de vida no espaço e de propulsão, para que seja possível ir mais longe e até verificar as mudanças climáticas.

Em seu discurso, o presidente anunciou que deseja acelerar o desenvolvimento de um grande foguete que possa levar astronautas além da órbita da Terra. Ele afirmou que haveria uma decisão a respeito deste projeto em 2015.

"Acho que podemos tomar a decisão muito mais em breve ainda", disse o senador da Flórida pelos Democratas Bill Nelson, que acompanhou Obama na viagem. "Vamos continuar testando fantásticos foguetes no Centro Espacial Kennedy".

Obama também mencionou a importância da pesquisa em satélites e observatórios da Terra, para que se possa enxergar mais longe no espaço. Boa parte do investimento também será feito na área de cápsulas e veículos espaciais, especialmente na pesquisa de novos materiais.

Tudo isso, para Obama, manteria a "liderança espacial" do país e representaria apenas "o começo, não o final" de uma fase.

De Lua para reserva

Para aqueles que gostariam que houvesse retorno à Lua, conforme planejado antes pelo programa Constellation, da era de George W. Bush, ele disse que "já estivemos lá antes... há muito mais espaço para explorar e e muito mais a aprender quando o fizermos".

Assim, ele manteve a decisão de cancelar o Constellation, mas manteria a cápsula de tripulação Orion. Ela levaria astronautas à Lua, mas no novo plano vai servir como veículo de emergência para saída da Estação Espacial Internacional.

Isso liberaria os astronautas americanos de depender das cápsulas Soyuz russas para voltar à Terra em uma emergência.
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