"Nem o presidente é o [Paulo] Maluf nem eu sou o [Celso] Pitta", afirmou nesta terça-feira (20) a pré-candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, em entrevista à Rádio Jornal, de Pernambuco. A afirmação é uma resposta à provocação do pré-candidato tucano José Serra, que disse na semana passada que o sucessor nem sempre repete o antecessor em aprovação de governo, tomando como exemplo os ex-prefeitos de São Paulo.

"Ficar discutindo quem não é não candidato não faz sentido do ponto de vista do que já foi feito. Lembra o que ocorreu em São Paulo com [Paulo] Maluf e [Celso] Pitta. O Maluf estava bem avaliado e bancou o Pitta. O Pitta foi diferente do Maluf ou não foi? Foi outra coisa. Não necessariamente o sucessor replica o antecessor mesmo tendo sido apoiado por ele", disse o ex-governardor em entrevista à Rádio Bandeirantes.

Dilma, por sua vez, disse que nem ela nem Lula podem ser comparados a alguém. "Somos pessoas diferentes. É uma constatação, vamos dizer assim, óbvia", comentou.

Durante a entrevista, Dilma disse que a comparação não faz sentido porque ela e o presidente Lula têm uma relação de "extrema lealdade" que não seria rompida. "Se você perguntar por que o presidente me escolheu, eu te digo: porque o presidente confia em mim. Eu estive ao lado do presidente não só nas épocas boas. Eu cheguei ao governo na hora mais difícil."

A influência de Lula na trajetória política da ex-ministra também guiou parte da entrevista. Segundo Dilma, o presidente seguirá como conselheiro depois de deixar o cargo. "Ele tem um papel a cumprir não só no final do mandato, mas dali para a frente."