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Taleban divulga vídeo da decapitação de polonês no Paquistão

Folha Online

Militantes do grupo radical islâmico Taleban divulgaram um vídeo ontem que mostra a decapitação de um engenheiro polonês, em protesto pela recusa de Islamabad de libertar insurgentes.

O vídeo, enviado para um correspondente da France Presse, foi entregue um dia depois que o porta-voz de um grupo ligado aos talebans anunciou a decapitação de Piotr Stanczak, sequestrado na cidade de Attock, em 28 de setembro.

Stanczak, que trabalhava para uma companhia polonesa de energia, foi feito refém por um grupo de homens armados, que mataram seu motorista, intérprete e segurança.

Na gravação, pode-se ver Stanczak sentado sobre um tapete, com as pernas cruzadas, usando um traje cáqui típico do Afeganistão. A vítima diz algumas palavras em inglês, respondendo a perguntas de seus sequestradores, nas quais pede ao governo de seu país que retire os soldados estacionados no Afeganistão.

Na cena seguinte, Stanczak continua sentado na mesma posição, mas com os olhos vendados. O polonês é decapitado com uma faca, por um homem encapuzado, enquanto outros dois, que estão atrás da vítima, apontam duas AK-47 para sua cabeça.

Depois, um militante mascarado diz que Stanczak foi justiçado pela recusa do governo de libertar prisioneiros talebans. Em seguida, o mesmo homem ameaça os demais estrangeiros no território de terem o mesmo destino.

"Matamos o homem após as autoridades se recusarem a libertar nossos colegas", disse o porta-voz taleban à agência Reuters neste sábado. "Só iremos entregar seu corpo após nossas demandas serem cumpridas." Ele afirmou que Stanczak foi assassinado no Waziristão do Sul, região conhecida com porto seguro para os membros do Taleban e da rede terrorista Al Qaeda.

Uma autoridade da inteligência na região disse em condição de anonimato que o Taleban havia pedido 200 mil rupias (cerca de R$ 5.700) em troca do corpo.

Ataques contra trabalhadores humanitários, funcionários de empresas e diplomatas estrangeiros aumentaram em 2008, principalmente nas áreas próximas à fronteira com o Afeganistão, onde o Taleban e a Al Qaeda combatem as forças do governo.

Um americano que comanda o escritório do Alto Comissariado da ONU para Refugiados na Província do Baluquistão foi sequestrado na semana passada, e seu motorista, morto.

Dois engenheiros de telecomunicação chineses, dois diplomatas afegãos e um diplomata iraniano foram feitos reféns no noroeste do Paquistão. Um dos chineses fugiu.

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