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Kamil Fares pede ‘carta branca’ e gera 1ª crise no governo de Silval

Da Redação - Thalita Araújo e Marcos Coutinho

A iniciativa do secretário de Saúde do Estado, Kamil Fares, em colocar seu cargo à disposição do governador Silval Barbosa (PMDB) caso não recebesse ‘carta branca’ para as ações na pasta, gerou a primeira crise na administração peemedebista.

Aliás, é bom que se diga que Silval deixou claro que não tinha conhecimento da decisão de seu secretário até alguns minutos antes de encontrá-lo no Palácio Paiaguás, para uma conversa decisiva. Também é bom lembrar que, até o início do ano, Kamil Fares era filiado ao PSDB.

Segundo o secretário - que saindo do gabinete do governador declarou “ainda não” sair do comando da pasta - algumas das motivações da conversa com o governador teriam sido a falta de recursos e a lentidão da burocrática máquina pública.

Oriundo de iniciativa privada, Fares deve permanecer no mesmo dilema que o levou a considerar sua saída, já que o sistema público é um instrumento disforme e lento, que não responde às demandas com a dinâmica necessária, mesmo em um setor tão essencial como a saúde.

De certa forma, muitos entenderam que Kamil “jogou a toalha” diante das enormes pressões na pasta que ocupa, quase exatamente um mês depois de ser empossado.

É bom que se diga também que em ano eleitoral as demandas tendem a aumentar, assim como as pressões. Vale ressaltar ainda que em dezenas de casos a Secretaria de Estado de Saúde foi obrigada a cumprir suas obrigações judicialmente, justamente porque não consegue cumprir suas demandas.

O governador Silval Barbosa pode pagar caro por erros de administrações anteriores, inclusive da própria gestão Blairo Maggi (PR). Para acalmar os ânimos e manter Fares na Saúde, Barbosa garantiu agilidade, mais recursos e menos burocracias. No entanto, esses são problemas intrínsecos à máquina, e que não dependem apenas da boa vontade de um gestor para serem sanadas.
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