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Notícias / Meio Ambiente

BP aceita oferta de ajuda do Exército dos EUA para controlar vazamento

EFE com Folha Online

A empresa British Petroleum (BP) aceitou hoje a oferta de ajuda do Exército dos Estados Unidos para controlar o vazamento no Golfo do México, depois que as autoridades afirmaram que a mancha de petróleo avançava cinco vezes mais rápido do que o previsto e o presidente americano, Barack Obama, ter decretado o desastre uma "catástrofe nacional".

Diante da possibilidade de a mancha atingir a costa da Louisiana até sexta-feira (30), o governo dos Estados Unidos decidiu agir com um nível de alerta maior na contenção do problema, no que pode ser o maior desastre ecológico da história do país.

Obama afirmou ainda que a petrolífera BP é a responsável pelos custos e limpeza do petróleo, trabalho que deve ser feito em parceria com apoio do Exército americano.

Dough Suttles, chefe de operações da BP, a companhia que operava a plataforma, explicou hoje em declarações à rede de televisão "NB" que a empresa britânica aceitará qualquer ajuda para controlar o derramamento de óleo.

O porta-voz da Casa Branca, Nick Shapiro, confirmou hoje que o presidente dos EUA pediu a seu governo que faça todos os esforços para conter a situação extrema no Golfo do México e fechar o poço a 1,5 mil metros de profundidade aberto pela explosão.

A secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, disse em entrevista coletiva que o estado de "catástrofe nacional" permite ao governo mobilizar mais recursos para enfrentar o vazamento.

"Usaremos todos os ativos disponíveis" para enfrentar esta situação, disse a secretária diante do prognóstico de que a mancha de petróleo possa chegar à Louisiana amanhã.

Catástrofe ambiental

Segundo os últimos dados, o desastre, produto de uma explosão seguida de incêndio que destruiu a plataforma em 20 de abril, cresce em ritmo de 5 mil barris diários.

O governador da Louisiana, Bobby Jindal, solicitou ontem a ajuda de emergência ao governo para impedir um desastre ecológico nas sensíveis restingas do estado, que estão seriamente ameaçadas devido a uma mudança da direção do vento.

A mancha de petróleo provocada pela explosão da plataforma petrolífera no Golfo do México poderia ameaçar mais de 400 espécies da Louisiana que dependem do ecossistema litorâneo.

Baleias, golfinhos, 110 espécies de aves migratórias e a maior população de mariscos dos 48 estados que formam os Estados Unidos é parte dos animais ameaçados, conforme o departamento de fauna, flora e vida marina de Louisiana.

A costa americana do Golfo do México é um ecossistema de grande diversidade ambiental e uma área da qual depende grande parte da produção pesqueira de marisco do país.

Dados dos cientistas indicam que 90% de todas as espécies do Golfo do México dependem dos estuários em algum momento da vida, justo para o local onde segue a mancha de petróleo.

As autoridades da Louisiana instalaram mais de 30 quilômetros de barreiras flutuantes na superfície do mar que buscam conter o avanço do óleo, embora Jindal tenha deixado claro que isso não será suficiente para frear a maré negra.

Previsões

Os ventos mudaram ao sudeste ontem, quarta-feira (28), e os técnicos calculam que as bordas exteriores da mancha de petróleo cru podem chegar ao litoral da Louisiana na sexta-feira (30) à tarde.

As previsões meteorológicas indicam ventos de sudeste até o fim de semana e marés altas, condições que favorecem a mancha ser empurrada ao delta do Rio Mississipi, um hábitat muito variado e frágil.

Na quarta-feira as autoridades realizaram as primeiras queimas controladas de petróleo próximo à plataforma, em uma tentativa de reduzir o volume de petróleo que possa chegar ao litoral.

O jornal "The Wall Street Journal" informou hoje que o poço de prospecção que agora derrama petróleo cru no Golfo do México não tinha sistema de obturação por controle remoto, como exigem outros importantes países petroleiros como a Noruega e o Brasil.

Segundo o jornal, a plataforma também não contava com o chamado comutador acústico, com o qual a tripulação tem condições de ativar uma válvula submarina que fecharia o poço.
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