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Testemunhas de acusação são ouvidas em júri do caso Stang

G1

Roberta Lee Spires, conhecida como irmã Rebeca, foi a primeira testemunha ouvida pelo juiz Raimundo Moisés Flexa, da 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Belém, no julgamento do fazendeiro Regivaldo Galvão, acusado de ser um dos mandantes da morte da missionária norte-americana Dorothy Stang. Ele é o último réu do caso a enfrentar o júri popular.

Segundo o Ministério Público, Galvão deve responder por homicídio duplamente qualificado (por oferecer pagamento pelo crime e dificultar a defesa da vítima). Se condenado, ele pode pegar pena de 12 a 30 anos de prisão. O fazendeiro, que é conhecido como 'Taradão', demorou para ser julgado porque a defesa recorreu contra a decisão dele ser submetido a júri popular.

A missionária norte-americana Dorothy Stang foi morta a tiros em 12 de fevereiro de 2005, em Anapu (PA). Segundo a Promotoria, ela foi assassinada porque defendia a implantação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas que eram reivindicadas por fazendeiros e madeireiros da região.

O julgamento de Galvão começou na manhã desta sexta-feira (30), com o sorteio dos jurados (cinco homens e duas mulheres). Em seguida, foram ouvidas as testemunhas de acusação. Segundo o Tribunal de Justiça do Pará, a primeira delas, irmã Rebeca, falou sobre o trabalho de Dorothy Stang no Brasil e as denúncias de irregularidades fundiárias. Em seguida, foram ouvidos Bruno Lourenço Kempner, ex-funcionário do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e Ualame Machado, delegado da Polícia Federal, que atuou no inquérito que investigou o assassinato.

O TJ informa que duas testemunhas que estavam presentes foram dispensadas pela acusação. Representantes de entidades de defesa dos direitos humanos e da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil acompanham a sessão.

Outros quatro acusados de participação no caso, Rayfran das Neves Sales, Clodoaldo Carlos Batista, Amair Feijoli da Cunha e Vitalmiro Bastos de Moura, foram julgados e condenados a penas que variam de 17 a 30 anos de reclusão.
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